quarta-feira, 28 de abril de 2010

O PORTUGUÊS, MESMO PORTUGUÊS!

"Ventos de Poesia"
Valha-me meu Deus!
Nesta vida malvada!
Chegou o fim do Mês.
O ordenado não chega para nada!
Já comprei 8 salsichas,
Para os sete dias da semana.
No Domingo como duas.
É dia de fartazana!
Esta vida é muito dura.
Tenho contas para pagar.
Já apertei mais o cinto.
Sinto-me afogar!
O défice não acerta.
Mal crónico português.
Vou fazer mais um crédito!
Para pagar os outros três.
Que lindo futuro tenho.
Neste país de adorar.
Vou acabar com a despesa.
Debaixo da ponte vou morar.
O meu vencimento estagnou!
Continua a congelar!
Já paguei tantos impostos!
Às rochas, vou-me atirar!

Paulo Gonçalves

34 comentários:

  1. Este Paulo é um espectáculo.Bravo.

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  2. António Alves29/04/10, 18:43

    Eis um retrato autêntico e real do português. Está simplesmente fenomenal. Ao mesmo tempo é cómico e muito real. Um grande bravo para a perspicácia.

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  3. É muito saudável conseguirmos rir com a nossa triste situação. Este texto está um verdadeiro espectáculo. Versatilidade e inteligência. O autor é puramente um escritor por excelência em todas as direcções.

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  4. Ligia Martins29/04/10, 18:45

    Parti o coco a rir.

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  5. Margarida Rebelo29/04/10, 18:46

    A fazer lembrar a inesquecível Maria Augusta este português está um deslumbre. GRANDE VERSATILIDADE NA ESCRITA, O QUE EU NÃO ME CANSO DE MENCIONAR. Um estilo muito próprio e o grande rigor em caracterizar o autêntico português. Ri a bom rir. Fantástico!

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  6. O autor do Blogue tem-nos brindado com um grande número de trabalhos de uma inegável qualidade. A versatilidade tem sido, muitas vezes apontada e este registo não é excepção. Mais uma vez se comprova, neste texto, essa grande versatilidade. Bem genuíno e cómico, este tipo de poesia, apesar de parecer mais fácil, é por vezes bem mais difícil porque quando mal conjugada pode ficar ridícula, o que não é o caso porque até neste ponto o autor é genial.
    A palavra fartazana, jamais seria aceite num poema sério, no entanto aqui está aplicada na sua perfeição. Até na colocação das palavras existe uma certeza e um saber. Lembro de um poema da dona Lucília que falava em banzé e que estava também bem aplicada, porque descrevia uma festa de S. Martinho em que o povo português celebrava. Este poema está um real espectáculo E COM GRANDE TIPICIDADE PORTUGUESA!

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  7. Espectáculo! Grande Paulo!

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  8. Marta Leni29/04/10, 18:48

    Muito cómico! Mesmo muito bom! Mesmo muito real! Mesmo eternamente português!

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  9. Está o máximo. Não parei de rir. A cena das salsichas está demais!

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  10. Sofia Melo29/04/10, 18:50

    Grande mestria na construção dos poemas e textos. Está um primor! Magnifico!

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  11. Susana Alves29/04/10, 18:51

    Uma mestria impressionante ao utilizar as palavras e sabedoria na sua conjugação. É muito importante este estilo que desanuvia e nos faz rir. É um complemento saudável.

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  12. Aqui está algo diferente e de fazer rir. Muito bem construído. Fantástico

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  13. Isto está um riso.

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  14. Puro espectáculo!

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  15. Fartei-me de rir mas é verdade.
    Faz mais destes!

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  16. De facto o consumismo é um grande mal da sociedade. Os valores que nos deviam reger seriam os do alto como fala o autor. É um artigo puramente espectacular por abordar tão bem este real problema social. Encaixe cómico neste poema.

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  17. Está o máximo.

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  18. Poxa cara cê é um prato!

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  19. Riso espectacular!

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  20. Muita imaginação!

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  21. Adorei, alem de comico e muito interessante parabens migo bjs..

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  22. Muito cómico.

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