Colhi um
malmequer no jardim.
Era belo e
branquinho.
Os outros
eram amarelos.
E este
estava sempre sozinho.
Sentia-se
triste, naquele dia cinzento, porque os outros não lhe ligavam.
- Digam-me
lá bom dia! Afinal porque não me falam?
Respondeu-lhe
então o amarelo.
- Não te
falamos, pois então! És diferente de todos nós.
- Mas que
culpa tenho eu? Não escolhi ser assim. Retorquiu.
- Pois… Nós
é que não temos culpa de te ter por aqui!
Entretanto o
sol apareceu.
Realçando as
suas cores
Aquele campo
assim…
Libertou os
seus odores.
Reuniram os
malmequeres amarelos
Com o
intuito de lhe cobrirem o Sol
O sol
revoltado…
Mostrou-se
bastante zangado.
- Afinal o
que se passa?! Questionou.
-Não
gostamos deste malmequer. É o único com esta cor. Não o achamos normal. Disse o
malmequer amarelo.
O sol nem
queria acreditar.
- Tenho que
repartir os meus raios por todos. Vós sois muito bonitos e todos filhos de Deus
que é nosso criador. Desrespeitar só porque é diferente é muito injusto. Estais
a desprezar algo criado por Deus. Gostaríeis de ser desprezados?
- Não!
Responderam em uníssono.
- Por ordem
do senhor, o meu calor é para todos. Nunca, ninguém foi excluído!
Se nasceu,
tem direito de viver e é belo como vós! Exala perfume como vós! Está no meio de
vós!
Os
malmequeres conversavam entre si envergonhados pela atitude que vinham tendo
com o seu semelhante.
-
Desculpa-nos malmequer branco. Fomos injustos contigo. A partir de hoje vamos
ser teus amigos.
O malmequer
branco regozijou de alegria e o sol brilhou ainda com mais vigor.
A igualdade
é inimiga da discriminação mas amiga do homem.
Paulo
Gonçalves