sábado, 30 de abril de 2011

A FRASE DA SEMANA

A vida é feita de encontros e desencontros. Se no entanto te encontrares e nesse encontro evidenciares Cristo, verás que isso basta.
(Paulo Gonçalves)

EVANGELHOS

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 20,19-31)
Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, colocou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhe-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes serão retidos». Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa, e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!» Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto». Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.
Fonte: Bíblia Sagrada

EVANGELHOS

Leitura da Primeira Epístola de São Pedro
(1 Pedro 1, 3-9)
Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, na sua grande misericórdia, nos fez renascer, pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos, para uma esperança viva, para uma herança que não se corrompe, nem se mancha, nem desaparece. Esta herança está reservada nos Céus para vós que pelo poder de Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação que se vai revelar nos últimos tempos. Isto vos enche de alegria, embora vos seja preciso ainda, por pouco tempo, passar por diversas provações, para que a prova a que é submetida a vossa fé – muito mais preciosa que o ouro perecível, que se prova pelo fogo – seja digna de louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo Se manifestar. Sem O terdes visto, vós O amais; sem O ver ainda, acreditais n’Ele. E isto é para vós fonte de uma alegria inefável e gloriosa, porque conseguis o fim da vossa fé: a salvação das vossas almas.
Fonte: Bíblia Sagrada

EVANGELHOS

Leitura dos Actos dos Apóstolos
(Actos 2, 42-47)
Os irmãos eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fracção do pão e às orações. Perante os inumeráveis prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos, toda a gente se enchia de temor. Todos os que haviam abraçado a fé viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam propriedades e bens e distribuíam o dinheiro por todos, conforme as necessidades de cada um. Todos os dias frequentavam o templo, como se tivessem uma só alma, e partiam o pão em suas casas; tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração, louvando a Deus e gozando da simpatia de todo o povo. E o Senhor aumentava todos os dias o número dos que deviam salvar-se.
Fonte: Bíblia Sagrada

A FRASE DA SEMANA

A vida é feita de encontros e desencontros. Se no entanto te encontrares e nesse encontro evidenciares Cristo, verás que isso basta.
(Paulo Gonçalves)

OS SANTOS DA SEMANA

(Semana 18)
01.05.11 – S. José Operário
02.05.11 – S. Atanásio
03.05.11 – S. Filipe e S. Tiago
04.05.11 – Sta. Mónica
05.05.11 – S. Ângelo
06.05.11 – S. Justo
07.05.11 – S. Estanislau
Paulo Gonçalves

terça-feira, 26 de abril de 2011

O 1º ELEMENTO (2ª SÉRIE)

Capitulo 23
Família
Parece-me que após o 25 de Abril de 1974, o nosso país tem vindo a caminhar no sentido de se liberalizar tudo. Tudo é possível! Tudo é permitido! Os valores essenciais são esquecidos em prol dessa tal liberdade. O desrespeito pelo próximo, pelos animais, pelas pessoas e até pelo próprio planeta. A vida não é valorizada, a violência e as faltas de educação imperam nos nossos hábitos de vida. Onde estão os valores da família? Os ensinamentos cristãos e humanos, pelos quais a nossa sociedade se deveria reger, onde se situam? Caminhamos para onde? Pobreza monetária ou Humana, ou ambas?
Paulo Gonçalves

domingo, 24 de abril de 2011

ALELUIA! ALELUIA!

Ressuscitou! Cristo ressuscitou!
Assim nós clamamos!
Baptizados em Cristo.
Nós somos Baptizados.
No mesmo senhor.
No mesmo amor!
Jesus não vem e vai!
Jesus vem e fica!
Não me falta!
Não me abandona!
Não se esquece de mim.
Por isso clamo com toda a alegria...
Baptizado em Cristo!
Eu sou Baptizado neste amor!

Que eu saiba sempre reconhecer esse teu grande amor por mim
e que dele seja digno!

Paulo Gonçalves

EVANGELHOS (DOMINGO DE PÁSCOA)

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 20,1-9)
No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predilecto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.
fonte: Bíblia sagrada

EVANGELHOS (DOMINGO DE PÁSCOA)

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses
(Col 3,1-4)
Irmãos: Se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra. Porque vós morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar, também vós vos haveis de manifestar com Ele na glória.
Fonte: Bíblia Sagrada

EVANGELHOS (DOMINGO DE PÁSCOA)

Leitura dos Actos dos Apóstolos
(Act 10,34.37-43)
Naqueles dias, Pedro tomou a palavra e disse: «Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do baptismo que João pregou: Deus ungiu com a força do Espírito Santo a Jesus de Nazaré, que passou fazendo o bem e curando a todos os que eram oprimidos pelo Demónio, porque Deus estava com Ele. Nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém; e eles mataram-n’O, suspendendo-O na cruz. Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e permitiu-Lhe manifestar-Se, não a todo o povo, mas às testemunhas de antemão designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois de ter ressuscitado dos mortos. Jesus mandou-nos pregar ao povo e testemunhar que Ele foi constituído por Deus juiz dos vivos e dos mortos. É d’Ele que todos os profetas dão o seguinte testemunho: quem acredita n’Ele recebe pelo seu nome a remissão dos pecados.

Fonte. Bíblia Sagrada

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A PÁSCOA NA VIDA

Não olhem para mim quando sentirem o vento,
Não estarei aí!
Não olhem para mim quando ajudo alguém,
Não estarei aí!
Não oiçam a minha voz quando revoltada.
Não é a voz de Deus!
Não rejubilem em alegria quando não estou.
Porque aí eu estarei!
Não enalteçam a minha pessoa.
Pois não é digna de ser enaltecida!
Não confundam as minhas boas acções.
Não derivam de mim, mas de Deus!
Não creiam que tenha algum poder.
Pois nem sequer pude escolher a dia do meu nascimento,
 assim como o dia da minha morte!
Não creiam que eu consiga fazer o bem.
É Deus que por mim passa!
E de volta e meia deixo que habite em mim!
Quando a Primavera chegar,
Que o perfume da ressurreição
Exale do meu coração!
E depois de me renovar, consagrar e converter,
Eu seja testemunho de que Jesus habita em mim.
Sendo toda a minha vida o fruto dessa graciosa sementeira,
Que amorosamente Deus semeia na humanidade de coração aberto.

Paulo Gonçalves

EVANGELHOS (SEMANA SANTA)

 Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 26,14 - 27,66)


[Lido utilizando três leitores: N = narrador; J = Jesus; R = restantes personagens]


N Naquele tempo, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e disse-lhes:

R «Que estais dispostos a dar-me para vos entregar Jesus?»

N Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata. E a partir de então, Judas procurava uma oportunidade para O entregar. No primeiro dia dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe:

R «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?»

N Ele respondeu:

J «Ide à cidade, a casa de tal pessoa, e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo. É em tua casa que eu quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos’».

N Os discípulos fizeram como Jesus lhes tinha mandado, e prepararam a Páscoa. Ao cair da noite, sentou-Se à mesa com os Doze. Enquanto comiam, declarou:

J «Em verdade vos digo: Um de vós há-de entregar-Me».

N Profundamente entristecidos, começou cada um a perguntar-Lhe:

R «Serei eu, Senhor?»

N Jesus respondeu:

J «Aquele que meteu comigo a mão no prato é que há-de entregar-Me. O Filho do homem vai partir, como está escrito acerca d’Ele. Mas ai daquele por quem o Filho do homem vai ser entregue! Melhor seria para esse homem não ter nascido».

N Judas, que O ia entregar, tomou a palavra e perguntou:

R «Serei eu, Mestre?»

N Respondeu Jesus:

J «Tu o disseste».

N Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e deu-o aos discípulos, dizendo:

J «Tomai e comei: Isto é o meu Corpo».

N Tomou em seguida um cálice, deu graças e entregou-lho, dizendo:

J «Bebei dele todos, porque este é o meu Sangue, o Sangue da aliança, derramado pela multidão, para remissão dos pecados. Eu vos digo que não beberei mais deste fruto da videira, até ao dia em que beberei convosco o vinho novo no reino de meu Pai».

N Cantaram os salmos e seguiram para o Monte das Oliveiras. Então, Jesus disse-lhes:

J «Todos vós, esta noite, vos escandalizareis por minha causa, como está escrito: ‘Ferirei o pastor e dispersar-se-ão as ovelhas do rebanho’. Mas, depois de ressuscitar, preceder-vos-ei a caminho da Galileia».

N Pedro interveio, dizendo:

R «Ainda que todos se escandalizem por tua causa, eu não me escandalizarei».

N Jesus respondeu-lhe:

J «Em verdade te digo: Esta mesma noite, antes do galo cantar, Me negarás três vezes».

N Pedro disse-lhe:

R «Ainda que tenha de morrer contigo, não Te negarei».

N E o mesmo disseram todos os discípulos. Então, Jesus chegou com eles a uma propriedade, chamada Getsémani e disse aos discípulos:

J «Ficai aqui, enquanto Eu vou além orar».

N E, tomando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-Se e a angustiar-Se. Disse-lhes então:

J «A minha alma está numa tristeza de morte. Ficai aqui e vigiai comigo».

N E adiantando-Se um pouco mais, caiu com o rosto por terra, enquanto orava e dizia:

J «Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice. Todavia, não se faça como Eu quero, mas como Tu queres».

N Depois, foi ter com os discípulos, encontrou-os a dormir e disse a Pedro:

J «Nem sequer pudestes vigiar uma hora comigo! Vigiai e orai, para não cairdes em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca».

N De novo Se afastou, pela Segunda vez, e orou, dizendo:

J «Meu Pai, se este cálice não pode passar sem que Eu o beba, faça-se a tua vontade».

N Voltou novamente e encontrou-os a dormir, pois os seus olhos estavam pesados de sono. Deixou-os e foi de novo orar, pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras. Veio então ao encontro dos discípulos e disse-lhes:

J «Dormi agora e descansai. Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser entregue às mãos dos pecadores. Levantai-vos, vamos. Aproxima-se aquele que Me vai entregar».

N Ainda Jesus estava a falar, quando chegou Judas, um dos Doze, e com ele uma grande multidão, com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo. O traidor tinha-lhes dado este sinal:

R «Aquele que eu beijar, é esse mesmo. Prendei-O».

N Aproximou-se imediatamente de Jesus e disse-Lhe:

R «Salve, Mestre!».

N E beijou-O. Jesus respondeu-lhe:

J «Amigo, a que vieste?».

N Então avançaram, deitaram as mãos a Jesus e prenderam-n’O. Um dos que estavam com Jesus levou a mão à espada, desembainhou-a e feriu um servo do sumo sacerdote, cortando-lhe uma orelha. Jesus disse-lhe:

J «Mete a tua espada na bainha, pois todos os que puxarem da espada morrerão à espada. Pensas que não posso rogar a meu Pai que ponha já ao meu dispor mais de doze legiões de Anjos? Mas como se cumpririam as Escrituras, segundo as quais assim tem de acontecer?».

N Voltando-Se depois para a multidão, Jesus disse:

J «Viestes com espadas e varapaus para Me prender como se fosse um salteador! Eu estava todos os dias sentado no templo a ensinar e não Me prendestes... Mas, tudo isto aconteceu para se cumprirem as Escrituras das profetas».

N Então todos os discípulos O abandonaram e fugiram. Os que tinham prendido Jesus levaram-n’O à presença do sumo sacerdote Caifás, onde os escribas e os anciãos se tinham reunido. Pedro foi-O seguindo de longe, até ao palácio do sumo sacerdote. Aproximando-se, entrou e sentou-se com os guardas, para ver como acabaria tudo aquilo. Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um testemunho falso contra Jesus para O condenarem à morte, mas não o encontravam, embora se tivessem apresentado muitas testemunhas falsas. Por fim, apresentaram-se duas que disseram:

R «Este homem afirmou: ‘Posso destruir o templo de Deus e reconstruí-lo em três dias’».

N Então, o sumo sacerdote levantou-se e disse a Jesus:

R «Não respondes nada? Que dizes ao que depõem contra Ti?»

N Mas Jesus continuava calado. Disse-Lhe o sumo sacerdote:

R «Eu Te conjuro pelo Deus vivo, que nos declares se és Tu o Messias, o Filho de Deus».

N Jesus respondeu-lhe:

J «Tu o disseste. E Eu digo-vos: vereis o Filho do homem sentado à direita do Todo-poderoso, vindo sobre as nuvens do céu».

N Então, o sumo sacerdote rasgou as vestes, dizendo:

R «Blasfemou. Que necessidade temos de mais testemunhas? Acabais de ouvir a blasfémia. Que vos parece?»

N Eles responderam:

R «É réu de morte».

N Cuspiram-Lhe então no rosto e deram-Lhe punhadas. Outros esbofeteavam-n’O, dizendo:

R «Adivinha, Messias: quem foi que Te bateu?»

N Entretanto, Pedro estava sentado no pátio. Uma criada aproximou-se dele e disse-lhe:

R «Tu também estavas com Jesus, o galileu».

N Mas ele negou diante de todos, dizendo:

R «Não sei o que dizes».

N Dirigindo-se para a porta, foi visto por outra criada que disse aos circunstantes:

R «Este homem estava com Jesus de Nazaré».

N E, de novo, ele negou com juramento:

R «Não conheço tal homem».

N Pouco depois, aproximaram-se os que ali estavam e disseram a Pedro:

R «Com certeza tu és deles, pois até a fala te denuncia».

N Começou então a dizer imprecações e a jurar:

R «Não conheço tal homem».

N E, imediatamente, um galo cantou. Então, Pedro lembrou-se das palavras que Jesus dissera: «Antes do galo cantar, tu Me negarás três vezes». E, saindo, chorou amargamente. Ao romper da manhã, todos os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo se reuniram em conselho contra Jesus, para Lhe darem a morte. Depois de Lhe atarem as mãos, levaram-n’O e entregaram-n’O ao governador Pilatos. Então Judas, que entregara Jesus, vendo que Ele tinha sido condenado, tocado pelo remorso, devolveu as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo:

R «Pequei, entregando sangue inocente».

N Mas eles replicaram:

R «Que nos importa? É lá contigo».

N Então, arremessou as moedas para o santuário, saiu dali e foi-se enforcar. Mas os príncipes dos sacerdotes apanharam as moedas e disseram:

R «Não se podem lançar no tesouro, porque são preço de sangue».

N E, depois de terem deliberado, compraram com elas o Campo do Oleiro. Por este motivo se tem chamado àquele campo, até ao dia de hoje, «Campo de Sangue». Cumpriu-se então o que fora dito pelo profeta: «Tomaram trinta moedas de prata, preço em que foi avaliado Aquele que os filhos de Israel avaliaram e deram-nas pelo Campo do Oleiro, como o Senhor me tinha ordenado».

N Entretanto, Jesus foi levado à presença do governador, que lhe perguntou:

R «Tu és o Rei dos judeus?»

N Jesus respondeu:

J «É como dizes».

N Mas, ao ser acusado pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. Disse-Lhe então Pilatos:

R «Não ouves quantas acusações levantam contra Ti?»

N Mas Jesus não respondeu coisa alguma, a ponto de o governador ficar muito admirado. Ora, pela festa da Páscoa, o governador costumava soltar um preso, à escolha do povo. Nessa altura, havia um preso famoso, chamado Barrabás. E, quando eles se reuniram, disse-lhes:

R «Qual quereis que vos solte?» Barrabás, ou Jesus, chamado Cristo?»

N Ele bem sabia que O tinham entregado por inveja. Enquanto estava sentado no tribunal, a mulher mandou-lhe dizer:

R «Não te prendas com a causa desse justo, pois hoje sofri muito em sonhos por causa d’Ele».

N Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram a multidão a que pedisse Barrabás e fizesse morrer Jesus. O governador tomou a palavra e perguntou-lhes:

R «Qual dos dois quereis que vos solte?»

N Eles responderam:

R «Barrabás».

N Disse-lhes Pilatos:

R «E que hei-de fazer de Jesus, chamado Cristo?»

N Responderam todos:

R «Seja crucificado».

N Pilatos insistiu:

R «Que mal fez Ele?»

N Mas eles gritavam cada vez mais:

R «Seja crucificado».

N Pilatos insistiu:

R «Que mal fez Ele?»

N Mas eles gritavam cada vez mais:

R «Seja crucificado».

N Pilatos, vendo que não conseguia nada e aumentava o tumulto, mandou vir água e lavou as mãos na presença da multidão, dizendo:

R «Estou inocente do sangue deste homem. Isso é lá convosco».

N E todo o povo respondeu:

R «O seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos».

N Soltou-lhes então Barrabás. E, depois de ter mandado açoitar Jesus, entregou-lh’O para ser crucificado. Então os soldados do governador levaram Jesus para o pretório e reuniram à volta d’Ele toda a coorte. Tiraram-Lhe a roupa e envolveram-n’O num manto vermelho. Teceram uma coroa de espinhos e puseram-Lha na cabeça e colocaram uma cana na sua mão direita. Ajoelhando diante d’Ele, escarneciam-n’O, dizendo:

R «Salve, rei dos judeus!»

N Depois, cuspiam-Lhe no rosto e, pegando na cana, batiam-Lhe com ela na cabeça. Depois de O terem escarnecido, tiraram-Lhe o manto, vestiram-Lhe as suas roupas e levaram-n’O para ser crucificado. Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e requisitaram-no para levar a cruz de Jesus. Chegados a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer lugar do Calvário, deram-Lhe a beber vinho misturado com fel. Mas Jesus, depois de o provar, não quis beber. Depois de O terem crucificado, repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, e ficaram ali sentados a guardá-l’O. Por cima da sua cabeça puseram um letreiro, indicando a causa da sua condenação: «Este é Jesus, o rei dos judeus». Foram crucificados com Ele dois salteadores, um à direita e outro à esquerda. Os que passavam insultavam-n’O e abanavam a cabeça, dizendo:

R «Tu, que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo; Se és Filho de Deus, desce da cruz».

N Os príncipes dos sacerdotes, juntamente com os escribas e os anciãos, também troçavam d’Ele, dizendo:

R «Salvou os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo! Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz e acreditaremos n’Ele. Confiou em Deus: Ele que O livre agora, se O ama, porque disse: ‘Eu sou Filho de Deus’».

N Até os salteadores crucificados com Ele o insultavam. Desde o meio-dia até às três horas da tarde, as trevas envolveram toda a terra. E, pelas três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte:

J «Eli, Eli, lema sabachtani!»,

N que quer dizer: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?» Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram:

R «Está a chamar por Elias».

N Um deles correu a tomar uma esponja, embebeu-a em vinagre, pô-la na ponta duma cana e deu-Lhe a beber. Mas os outros disseram:

R «Deixa lá. Vejamos se Elias vem salvá-l’O».

N E Jesus, clamando outra vez com voz forte, expirou. Então, o véu do templo rasgou-se em duas partes, de alto a baixo; a terra tremeu e as rochas fenderam-se. Abriram-se os túmulos e muitos dos corpos de santos que tinham morrido ressuscitaram; e, saindo do sepulcro, depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. Entretanto, o centurião e os que com ele guardavam Jesus, ao verem o tremor de terra e o que estava a acontecer, ficaram aterrados e disseram:

R «Este era verdadeiramente Filho de Deus».

N Estavam ali, a observar de longe, muitas mulheres que tinham seguido Jesus desde a Galileia, para O servirem. Entre elas encontrava-se Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu. Ao cair da tarde, veio um homem rico de Arimateia, chamado José, que também se tinha tornado discípulo de Jesus. Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. E Pilatos ordenou que lho entregassem. José tomou o corpo, envolveu-o num lençol limpo e depositou-o no seu sepulcro novo que tinha mandado escavar na rocha. Depois rolou uma grande pedra para a entrada do sepulcro, e retirou-se. Entretanto, estavam ali Maria Madalena e a outra Maria, sentadas em frente do sepulcro. No dia seguinte, isto é, depois da Preparação, os príncipes dos sacerdotes e os fariseus foram ter com Pilatos e disseram-lhe:

R «Senhor, lembrámo-nos do que aquele impostor disse quando ainda era vivo: ‘Depois de três dias ressuscitarei’. Por isso, manda que o sepulcro seja mantido em segurança até ao terceiro dia, para que não venham os discípulos roubá-lo e dizer ao povo: ‘Ressuscitou dos mortos’. E a última impostura seria pior do que a primeira».

N Pilatos respondeu:

R «Tendes à vossa disposição a guarda: ide e guardai-o como entenderdes».

N Eles foram e guardaram o sepulcro, selando a pedra e pondo a guarda.


Fonte: Bíblia Sagrada

A FRASE DA SEMANA

A fé é a mais forte arma de sobrevivência.
(Paulo Gonçalves)

OS SANTOS DA SEMANA

(Semana 17)
24.04.11 – S. Leôncio
Ressureição do Senhor Jesus Cristo (Páscoa)
25.04.11 – S. Marcos Evangelista
26.04.11 – S. Isidro
27.04.11 – Sta. Zita
28.04.11 – S. Prudêncio
29.04.11 – Sta. Catarina de Sena
30.04.11 – S. Pio V
Paulo Gonçalves

segunda-feira, 18 de abril de 2011

PENICHE, HORIZONTE TEMPORAL

3
As alterações no comercio e distribuição são generalizadas, abrangendo quase todos os
territórios e agora com uma capacidade de irradiação muito mais alargada que os formatos
comerciais tradicionais, quer pela sedução exercida através da promoção agressiva, quer pelo
explosivo aumento da taxa de motorização, quer ainda pela rede actual de acessibilidades.
O concelho de Peniche não poderia escapar a esta nova realidade, já visível na presença de
7 Unidades Comerciais de Dimensão Relevante (UCDR)1 e envolvido por muitas outras nos
concelhos vizinhos, disputando a procura situada no seu território.
Acontece que o fenómeno não estancou sendo necessário antecipar os efeitos do alargamento da
oferta concelhia em estabelecimentos desta natureza, quer nas que já existem, quer no
restante tecido comercial de natureza mais convencional – comercio tradicional. Acresce que
as propostas de instalação são cada vez mais “agressivas” contemplando valências até agora
não constantes da demais oferta da concorrência como pronto-a-vestir e electrodomésticos.
A delicadeza desta situação levou a autarquia, naturalmente, a preparar um Estudo que não
só fizesse o balanço actualizado da situação existente quanto a oferta concelhia e supra concelhia,
mas também quanto à procura de suporte, seja ela de residentes, seja de não residentes
(população sazonal).
Base: Estudo sobre a implantação de superfícies comerciais em Peniche

domingo, 17 de abril de 2011

SEMANA SANTA (PROCISSÃO DO SENHOR DOS PASSOS



EVANGELHOS

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 11,1-45)
Naquele tempo, estava doente certo homem, Lázaro de Betânia, aldeia de Marta e de Maria, sua irmã. Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com perfume e Lhe tinha enxugado os pés com os cabelos. Era seu irmão Lázaro que estava doente. As irmãs mandaram então dizer a Jesus: «Senhor, o teu amigo está doente». Ouvindo isto, Jesus disse: «Essa doença não é mortal, mas é para a glória de Deus, para que por ela seja glorificado o Filho do homem». Jesus era amigo de Marta, de sua irmã e de Lázaro. Entretanto, depois de ouvir dizer que ele estava doente, ficou ainda dois dias no local onde Se encontrava. Depois disse aos discípulos: «Vamos de novo para a Judeia». Os discípulos disseram-Lhe: «Mestre, ainda há pouco os judeus procuravam apedrejar-Te e voltas para lá?» Jesus respondeu: «Não são doze as horas do dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo. Mas se andar de noite, tropeça, porque não tem luz consigo». Dito isto, acrescentou: «O nosso amigo Lázaro dorme, mas Eu vou despertá-lo». Disseram então os discípulos: «Senhor, se dorme, está salvo». Jesus referia-se à morte de Lázaro, mas eles entenderam que falava do sono natural. Disse-lhes então Jesus abertamente: «Lázaro morreu; por vossa causa, alegro-Me de não ter estado lá, para que acrediteis. Mas, vamos ter com ele». Tomé, chamado Dídimo, disse aos companheiros: «Vamos nós também, para morrermos com Ele». Ao chegar, Jesus encontrou o amigo sepultado havia quatro dias. Betânia distava de Jerusalém cerca de três quilómetros. Muitos judeus tinham ido visitar Marta e Maria, para lhes apresentar condolências pela morte do irmão. Quando ouviu dizer que Jesus estava a chegar, Marta saiu ao seu encontro, enquanto Maria ficou sentada em casa. Marta disse a Jesus: «Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mas sei que, mesmo agora, tudo o que pedires a Deus, Deus To concederá». Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará». Marta respondeu: «Eu sei que há-de ressuscitar na ressurreição, no último dia». Disse-lhe Jesus: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; E todo aquele que vive e acredita em Mim, nunca morrerá. Acreditas nisto?» Disse-Lhe Marta: «Acredito, Senhor, que Tu és o Messias, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo». Dito isto, retirou-se e foi chamar Maria, a quem disse em segredo: «O Mestre está ali e manda-te chamar». Logo que ouviu isto, Maria levantou-se e foi ter com Jesus. Jesus ainda não tinha chegado à aldeia, mas estava no lugar em que Marta viera ao seu encontro. Então os judeus que estavam com Maria em casa para lhe apresentar condolências, ao verem-na levantar-se e sair rapidamente, seguiram-na, pensando que se dirigia ao túmulo para chorar. Quando chegou aonde estava Jesus, Maria, logo que O viu, caiu-Lhe aos pés e disse-Lhe: «Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido». Jesus, ao vê-la chorar, e vendo chorar também os judeus que vinham com ela, comoveu-Se profundamente e perturbou-Se. Depois perguntou: «Onde o pusestes?» Responderam-Lhe: «Vem ver, Senhor». E Jesus chorou. Diziam então os judeus: «Vede como era seu amigo». Mas alguns deles observaram: «Então Ele, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito que este homem não morresse?» Entretanto, Jesus, intimamente comovido, chegou ao túmulo. Era uma gruta, com uma pedra posta à entrada. Disse Jesus: «Tirai a pedra». Respondeu Marta, irmã do morto: «Já cheira mal, Senhor, pois morreu há quatro dias». Disse Jesus: «Eu não te disse que, se acreditasses, verias a glória de Deus?» Tiraram então a pedra. Jesus, levantando os olhos ao Céu, disse: «Pai, dou-Te graças por Me teres ouvido. Eu bem sei que sempre Me ouves, mas falei assim por causa da multidão que nos cerca, para acreditarem que Tu Me enviaste». Dito isto, bradou com voz forte: «Lázaro, sai para fora». O morto saiu, de mãos e pés enfaixados com ligaduras e o rosto envolvido num sudário. Disse-lhes Jesus: «Desligai-o e deixai-o ir». Então muitos judeus, que tinham ido visitar Maria, ao verem o que Jesus fizera, acreditaram n’Ele.
Fonte: Bíblia Sagrada

EVANGELHOS

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
(Rom 8,8-11)
Irmãos: Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus. Vós não estais sob o domínio da carne, mas do Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não Lhe pertence. Se Cristo está em vós, embora o vosso corpo seja mortal por causa do pecado, o espírito permanece vivo por causa da justiça. E, se o Espírito d’Aquele que ressuscitou Jesus de entre os mortos habita em vós, Ele, que ressuscitou Cristo Jesus de entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós.
Fonte: Bíblia Sagrada 

EVANGELHOS

Leitura da Profecia de Ezequiel
(Ez 37,12-14)
Assim fala o Senhor Deus: «Vou abrir os vossos túmulos e deles vos farei ressuscitar, ó meu povo, para vos reconduzir à terra de Israel. Haveis de reconhecer que Eu sou o Senhor, quando abrir os vossos túmulos e deles vos fizer ressuscitar, ó meu povo. Infundirei em vós o meu espírito e revivereis. Hei-de fixar-vos na vossa terra e reconhecereis que Eu, o Senhor, o disse e o executarei».
Fonte: Bíblia Sagrada

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Esclarecimento Raízes


Tendo em linha de conta os duros comentários enviados, ao conto “Eutanásia” desde o primeiro dia da sua publicação, no Blogue Peniche Livre, pelo Sr. Seara (Alguns deles e outros Bloqueados por mim desde finais de Março) cabe-me esclarecer:
As denominações “Lucília Gaspar, Raízes, Conchita, e G. Jesus” correspondem a colaboradores que generosamente partilhavam os seus trabalhos com o Blogue “Peniche Livre”
O Blogue abriu as portas a estes colaboradores e eles aceitaram e desejaram colaborar.
Nunca existiu, nem nunca existirá uma relação de obrigatoriedade em expor qualquer tipo de trabalho. Somente os trabalhos assinados por Paulo Gonçalves são de minha autoria.
Recordo que a Dona Lucília Gaspar foi duramente penalizada nos seus comentários e verifico agora, que questiona a sua ausência.
Entendo que os leitores sintam estas ausências, no entanto quanto a isso, nada poderá ser feito, tal como disse não existe qualquer tipo de obrigatoriedade em relação a estes colaboradores. Jamais senti desrespeito e desconsideração pelos leitores, que muito prezo, do Peniche Livre.
Respondo pelos meus trabalhos assumindo assim o respeito e o compromisso de comunicar alguma alteração que venha a acontecer em relação às minhas publicações.
Informo publicamente que o Blogue Peniche Livre continua aberto a todos estes colaboradores para as suas publicações caso o desejem fazer (de resto, é do seu conhecimento os comentários, cabe-lhes ter a sensibilidade e a consideração pelos leitores e de responder aos apelos ou não)
O Blogue Peniche Livre tem o máximo respeito e consideração por todos os leitores e é com base nesses sentimentos que cresce dia-a-dia. Caminho construído com humildade, sentimento cristão e muita sinceridade.
A interacção com os leitores constrói uma família que se quer agradada e não insatisfeita. Quem nos dá força é merecedor da nossa atenção e nunca do nosso desprezo. Sem leitores não existe Peniche Livre. As nossas acções perante os outros serão sempre marcadas pela nossa postura humana. Quem nos acarinha ficará sempre no nosso coração. O egoísmo não é nem nunca será um bom conselheiro!
Um grande abraço, deste vosso, amigo, em Cristo;

Paulo Gonçalves

quarta-feira, 13 de abril de 2011

EUTANÁSIA

"Mágica Maresia"

Olhava constantemente para as janelas daquele quarto de hospital. A chuva insistentemente batia contra os vidros não lhe trazendo respostas. A dor continuava a dilacerar-lhe a alma. Já passara um Mês desde aquele fatídico dia em que seu filho sofrera um trágico acidente que lhe roubara tudo. Olhava para ele, que permanecia estático e ligado àquela maldita maquina que o mantinha vivo. As lágrimas teimavam em rolar-lhe no rosto. Tudo se desmoronara. Também tinha perdido a mulher e a vida revestia-se de uma dureza impar.
Tinha chegado o dia de tomar uma decisão. Recordava a conversa que tivera com o médico e o seu coração não poderia estar mais apertado.

“- ...Senhor João, lamento muito mas não podemos fazer muito mais.
 - Não posso crer doutor! Não me diga uma coisa dessas!
 - O seu filho está em estado puramente vegetativo. Não podemos fazer mais nada.
 - Não pode ser! Não pode ser!
 - Tenha calma. Neste momento vamos mantê-lo vivo. Dentro de um mês falamos.”

O mês tinha passado e chegara o dia de tomar uma decisão. Tinha passado todo este tempo em oração e não vira qualquer sinal de recuperação do seu filho. A dúvida e a dor permaneciam e interrogavam-lhe constantemente; manter ou não manter a vida?
Prolongar ou não prolongar o sofrimento do seu filho? Os seus pensamentos foram interrompidos pela chegada do médico.
- Então senhor João? Temos que conversar.
- Diga doutor, mas diga algo que me anime.
- Não posso! Não posso! Temos que tomar uma decisão. O seu filho está a sofrer e não vai sobreviver, ele continua exactamente como estava. Lamento, lamento muito! Mas aconselho a desligar as máquinas que o ligam à vida que já não é!
- Doutor parece-me que um destes dias lhe vi mexer um dedo da mão.
- Impossível! Por favor tem que ser realista. Não adianta e isto é o que de melhor pode fazer pelo seu filho. Acredite, ele agradece!
O choro compulsivo e forte apoderou-se de si. Olhou para uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, que permanecia ao lado direito do leito do seu filho, sobre a mesinha de cabeceira, e interrogou-a:
- E tu?! Porque não fazes nada!?
Em seguida olhou para as suas mãos que seguravam um terço, já tão seu companheiro e implorou;
- Meu Deus ajuda-me!
O médico, emocionado voltou a insistir.
- Senhor João, não se desgaste mais. Não podemos fazer nada. É uma situação irreversível. Sei o que estou a dizer. É urgente para o seu filho e para si que mude a página. Já basta de sofrimento.
Olhou cheio de amor, fixamente para o seu filho e de novo para a imagem de Nossa Senhora de Fátima ao mesmo tempo que apertava o terço em suas mãos.
- Já tomei uma decisão!
O médico suspirou de alívio.
- Vamos então desligar?
- Nada disso! Não vou matar o meu filho! Entrego essa decisão nas mãos de Deus!
O médico, surpreendido e algo desiludido, respeitou a vontade do pai.

Cinco anos depois
“Testemunho de um pai feliz”.
Quanto me sinto feliz por ter tomado aquela decisão. Na hora em que apertava o terço foi o que senti que fez com que a tomasse. Duas semanas após a decisão, o meu filho começou a mexer os dedos, contrariando todas as previsões. De imediato começou a fisioterapia e hoje fala, já anda e faz uma vida normal. Faltam apenas pequenas correcções a alguns movimentos.
O meu filho é-me muito grato por lhe ter salvado a vida. O médico perguntou-me o que me fez tomar aquela milagrosa decisão pois resultou numa cura sem explicação. Eu respondi-lhe:
Naquele momento aceitei e entreguei tudo nas mãos de Deus, a partir daí a obra foi dele.
No entanto, nele eu confiei e comprovou-se todo o seu amor pois soube dar-me o discernimento para não tomar a decisão mais fácil e perceber que a vida é-nos oferecida e que sobre ela não temos qualquer poder.
Não escolhemos nascer, não escolhemos morrer e nem sequer num simples cabelo branco que vem, temos qualquer tipo de decisão. A vida é um bem precioso e nela está contido o amor que o pai tem por nós. Acabar com a vida é matar o amor que o Pai nos concede!

Conto criado por mim e baseado numa história real me me foi transmitida pela Carmen, minha esposa.
Paulo Gonçalves