O céu era cinzento,
opaco,
cor de chumbo
e nem uma aragem bulia
entre a ramagem bravia
onde um pássaro
tonto se quedava,
de olhar perdido
na melancolia parda
daquele Março em agonia,
que o Inverno
teimoso, acompanhava.
A minha mente
lenta, como o tempo, sente
calada a esperança
nela adormecida.
E, incapaz de falar, lembra
com olhar dolente
àquele pássaro
tonto, inocente
que Abril está perto.
O sol raiará,
haverá luz,
flores e ar.
Poderá chilrear,
acasalar,
reproduzir-se, viver,
emitir os sons
que ele quiser,
quando Abril vier.
Helena Marcão........1975
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