Recordo, com muita saudade, os meus tempos de infância. Momentos de felicidade, entusiasmo e sonhos. Muitos desses momentos foram vividos no Circo. Felizmente os meus pais tiveram a sensibilidade para me levar, por diversas vezes, a este magnifico espectáculo. Eu vibrava com os palhaços, mágicos e trapezistas e foi com este intuito que levei o meu filho, no passado fim de semana, ao Circo “Luftman” que actuou em Peniche durante três dias. O espectáculo foi magnífico e o meu filho adorou. A simplicidade, a humilde decoração e até as estrelinhas do toldo transportaram-me aos tempos de infância. Eu e a minha mulher (entre outros) fomos chamados a participar no espectáculo e foi muito engraçado, no entanto senti uma grande tristeza ao verificar que foram ao circo pouco mais de dez pessoas. No final, um dos elementos do circo agradeceu-nos a participação no espectáculo e falou-nos da sua tristeza ao verificar que o público já não adere como o fazia antigamente e de facto é muito triste verificar que todo aquele entusiasmo se foi e que o circo está sozinho e sem apoios. É um espectáculo lindíssimo, humilde, e para toda a família. O amor e alma com que é feito merece apoio a todos os níveis. É urgente dignificar quem dá tudo de si, com alma e coração. Saí do circo com as lágrimas nos olhos e com vontade de ir, de novo, no dia seguinte. É impagável sentir de novo a nossa infância e todas as suas vivências, tesouros da nossas vidas, nos quais, entre os mais preciosos, está o nosso tão querido circo. Não o deixemos morrer. Que Deus vos ajude!
Paulo Gonçalves
Paulo Gonçalves
Lidissimo este artigo. Fantástica sensibilidade do autor. Dá gosto lêr. Parabéns!
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