Capitulo 1
No final dos
anos 40 o mercado de trabalho, em Portugal, cingia-se às pescas e às atividades
do meio rural. O concelho de Peniche não era exceção. As famílias viviam,
grande parte delas, mal sustentadas por estas duas atividades económicas. Os
apoios sociais eram muito poucos, muito embora a saúde fosse relativamente bem
assegurada através das casas do povo rural e dos pescadores.
Vivia-se
nesta época, em pleno estado novo, personificado no seu governador supremo,
Salazar.
O lema
imposto a todos os portugueses era “Deus, Pátria e Família”.
A fortaleza
albergava os inúmeros prisioneiros opositores ao regime ditatorial.
A fome e a
miséria logravam em ganhar terreno, enquanto o país se desertificava na sua
própria miséria. O povo não tinha voz e nesta miséria humana a pátria
enriquecia com os produtos provenientes das colónias que este país soube bem
explorar.
Ninguém terá
classificado tão bem a situação de Peniche como a classificaria o grande
Cardeal Cerejeira, perante a vontade do monsenhor Bastos em ir para África. Á
sua vontade o Cardeal respondeu; Vais para Peniche!.. Peniche é África às
portas de Lisboa.
Informações:
Monsenhor Bastos (Homilias), Amigos e Diversos Documentos Paroquiais.
Texto:
Paulo Gonçalves
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