sexta-feira, 29 de julho de 2016

MONSENHOR BASTOS


Capitulo 1

No final dos anos 40 o mercado de trabalho, em Portugal, cingia-se às pescas e às atividades do meio rural. O concelho de Peniche não era exceção. As famílias viviam, grande parte delas, mal sustentadas por estas duas atividades económicas. Os apoios sociais eram muito poucos, muito embora a saúde fosse relativamente bem assegurada através das casas do povo rural e dos pescadores.
Vivia-se nesta época, em pleno estado novo, personificado no seu governador supremo, Salazar.
O lema imposto a todos os portugueses era “Deus, Pátria e Família”.
A fortaleza albergava os inúmeros prisioneiros opositores ao regime ditatorial.
A fome e a miséria logravam em ganhar terreno, enquanto o país se desertificava na sua própria miséria. O povo não tinha voz e nesta miséria humana a pátria enriquecia com os produtos provenientes das colónias que este país soube bem explorar.
Ninguém terá classificado tão bem a situação de Peniche como a classificaria o grande Cardeal Cerejeira, perante a vontade do monsenhor Bastos em ir para África. Á sua vontade o Cardeal respondeu; Vais para Peniche!.. Peniche é África às portas de Lisboa.

Informações: Monsenhor Bastos (Homilias), Amigos e Diversos Documentos Paroquiais.

Texto: Paulo Gonçalves

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