terça-feira, 13 de julho de 2010

MÁGICA MARESIA

A Saga do Pobre Azeiteiro

Andava entretido e alegre, o feliz azeiteiro.
Misturando óleo, para a venda render.
Vamos então, que não à tempo a perder!
Garrafas e garrafões, cuidadosamente colocados no seu humilde carrinho, dando ideia de poucos trocados.
As ruas da cidade percorridas, em ânsia de amealhar. Há que fazer dinheiro, pois precisa de poupar!
Não pode chegar a casa com azeite por vender.
Sinal de fracasso pois o dinheiro tem mesmo que crescer; e vender pouco?
Não pode acontecer!
Campainha aqui. Campainha ali.
-Viva freguesa! Olhe o que trago para si! Um Azeite especial e tradicional.
Uma coisa muito boa! E olhe que não encontra igual!
-Senhor Beltrão! Eu digo que não! O último que comprei sabia a sabão!
Levou-me um conto de réis e não gostei. Devolva mas é o dinheiro! Porque, rica não Sou!
Pobre azeiteiro, conhecido ficou. Para bem longe abalou.
Sob ameaça de catana. Ou não devolvesse o dinheiro, que enganando furtou.

Antigamente era usual comprar o azeite aos azeiteiros que vendiam de porta em porta.
Hoje, com as grandes superfícies comerciais as coisas processam-se de maneira diferente.
Esta e muitas outras tradições foram-se perdendo e hoje dificilmente detectamos as substâncias contidas nos produtos que adquirimos.
Lembro-me do sabor do azeite que era adquirido desta maneira. No entanto, nem todos tinham qualidade, tal como é demonstrado nesta história.
Paulo Gonçalves

Nota:
Este conto está sujeito a uma cuidada avaliação de comentários pelo autor.
Os três melhores comentários (assinados) serão publicados, com a respectiva classificação, numa das nossas colunas e ficarão expostos durante todo o mês de Agosto.
Paulo Gonçalves

25 comentários:

  1. Vieira
    Sem dúvida uma excelente ideia, esta de publicar os melhores comentários. Infelizmente a pobreza nas palavras é bem visível em alguns comentários, pese embora, a boa intenção de ofertar um contributo, no entanto nada impede uma aprendizagem, também no sentido de melhorar a qualidade do comentário. Sem qualquer tipo de pretensão na conquista dos lugares cimeiros, cabe-me dizer: Esta saga está simplesmente explosiva! Reparem na genialidade do autor ao apresentar a avareza, egoísmo e ganância de uma peculiar forma que nos leva ao riso. Sem duvida de bradar e de aplaudir. Quando verificamos o poema e o conto constatamos a grandiosidade da ideia. Puramente fabuloso e mais não digo, senão ainda serei crucificado e isso para mim se calhar até seria uma honra que cabe na grandeza de Jesus e nunca na minha pequenez. PARABÉNS!

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  2. Rueff
    Sinto grandeza! Sinto magia! Sinto comédia! Sinto realidade! Sinto verdade! Sinto inteligência!
    Tudo sinto neste conto e poema. Do quanto cresceu ao passar de poema a conto, sinto a grandeza da nobre ideia de trazer uma história baseada em factos reais que alia o humor e o sentido de responsabilidade nos actos de cada um, neste caso do ganancioso azeiteiro.
    Parabéns pela, mais uma, grande ideia de publicar os comentários. Julgo que isto trará mais qualidade aos referidos.

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  3. António Alves13/07/10, 19:07

    António Alves

    Expor as fragilidades humanas desta forma é puramente espectacular. Ri a bom rir. A avareza que leva ao ponto de falsificar o produto que comercializa enganando o cliente está genial. Só posso dizer bem. Um conto bem apresentado para esta época. Alegre e leve desanuvia-nos a alma. Especialmente depois do riso.
    Quanto à eleição dos melhores comentários acho bem, no entanto, não se admire o autor, é natural que o número de comentários diminua. Digo isto porque os que escrevem menos bem, se calhar já nem tentam comentar. Resultado: Menor quantidade x melhor qualidade.

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  4. Carla
    Bem eu quero que o meu comentário seja publicado. Por favor analisem bem o que vou dizer pois vou-me esmerar…
    Não façam caso estou na brincadeira, é que depois deste conto genial reina a boa disposição.
    Por vezes lemos contos lindos esmerados e tão perfeitos que ficamos deslumbrados. Hoje verificamos que um poema cómico e tão simples dá origem a um conto fenomenal. É que por trás desta leveza existe a inteligência de a manobrar sem a alterar, respeitando conteúdo e originalidade. O engrandecimento que lhe foi dado e o cuidado na sua elaboração, revelam que quem está por trás consegue manobrar todo o tipo de textos de trás para a frente e da frente para trás. Fantástica ideia de mostrar uma personagem avarenta. Tenho a certeza que se baseou em alguém conhecido. E fantástica foi as reacções da cliente. Genial!

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  5. Vão publicar os cementários? Grande novidade eles já eram publicados. Ai cerede não me digam que não tinham viste! Esta história tá muito engraçada. Gestei muite. Faz mais mereces!
    Publica lá o cementário que eu até sei que gostem da gente!

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  6. Bem só me apetece ganir. Este conto está um espanto e verificando o poema é realmente, como já foi dito, genial. A minha vontade de ganir advém da alergia que se produziu em mim ao ler o comentário da, já ilustre, dona Justina. Façam alguma coisa pela senhora. Mas será que ela é mesmo assim, ou está a fazer-nos passar por idiotas? É que se for esse o caso seria melhor vender o seu azeite cheio de sabão ai na terrinha. Olhe, vá fazer compras que sempre distrai.

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  7. Ai olhe, vou ao Modelo.

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  8. Acho bem Justina. Em breve teremos um por aqui.

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  9. Áaa quande houver modelo em Peniche já na Nazaré temos o continente

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  10. Coitado do Azeiteiro que está a levar com isto! Bem vou-me calar que é melhor.

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  11. Margarida Rebelo13/07/10, 23:38

    Bem, a avaliar pelos comentários penso que o autor já tem material para expor.
    Temos que nos debruçar no que realmente interessa. A par de tudo de bom que este Blogue nos está a oferecer, isto está ao rubro, temos este conto. Aqui está, embora à primeira vista não pareça, um caso sério de literatura. Este conto tem de tudo menos dramatismos. O que tem de real mede-se com o que tem de cómico. O que tem de lição de vida e retrato humano tem de genialidade. Esta vertente cómica ficou muito bem demonstrada na criação dos personagens e a frase que a cliente diz sobre o sabor do azeite está puramente fantástica.
    Mostra de maneiras humanas muito enraizadas ao longo dos tempos. Mostra de tradições que quase ninguém lembra. Mostra de ensinamento perante o querer tudo. Aplicár-se-ia a frase; quem tudo quer, tudo perde. Eu sinto-me na obrigação de dar os parabéns ao autor.

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  12. Eu não tenho qualquer intenção de ver o meu comentário publicado, no entanto acho esta ideia extraordinária.
    Eu tenho passado pelo Top de Blogues e tenho, muito em particular, coscuvilhado os que estão mais colados ao Peniche Livre. Muito sinceramente chamou-me a atenção a classificação do Blogue junto de grandes poetas e Bloguistas de longa data. Por outro lado, a não queda, muito pelo contrário, deste, neste mundo de grande agressividade pelos lugares cimeiros. Verifiquei que muitos deles tem imagens muito bonitas, no entanto, em termos de escrita a grande maioria deixa muito a desejar; muitas coisas escritas que são de outros, sem musica, sem originalidade e com chats e jogos.
    Fazia um apelo ao autor. Nunca caia nessa tentação. Por favor não desvirtue algo tão bom como o Peniche Livre. Está entre os melhores dos melhores por puro merecimento. Temos aqui uma produção de trabalho única, original, do próprio autor e de grande qualidade assim como os excelentes trabalhos “Raizes”. É só ver o número de trabalhos que entram por mês. Não é para qualquer um. Percebo agora porque motivo está nos lugares cimeiros a nível MUNDIAL. Grande e autêntico, tal como este conto. Todos podem escrever mas nem todos conseguem transmitir. Isso está em grande no Peniche Livre. Estou em crer que a seu tempo chegará ao primeiro lugar por puro merecimento. Que esta máquina de trabalho não pare e que continue a crescer. O esmero, a imagem, o som, as informações, as múltiplas páginas fazem em conjunto com o texto um Blogue com B bem grande!

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  13. Sofia Melo14/07/10, 19:22

    Faço minhas as palavras do senhor Seara. Este Blogue é um espectáculo e não tem parado de crescer saciando as leituras dos cibernautas. Este conto é mais um trabalho genial.
    Uma história cómica e real onde muitos antigos azeiteiros se revêem. Os clientes não deixam de ter o seu lugar. A indignação perante a ganância e avareza é inerente a todos nós. Está um must.

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  14. Um poema fantástico que deu origem a um conto cómico e genial. Adorei.

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  15. Carlos Miranda14/07/10, 19:24

    Muito sinceramente parece-me estar tudo dito. A riqueza deste Blogue deixa-me espantado. Quantas novidades! Quanto trabalho! Os contos são fabulosos! Gostei muito da pré-apresentação do que me ficou no goto, vai dar que falar e vai fazer sucesso. Tantas apostas, tanto dinamismo corroboram o que o meu colega, hoje de manhã, no café, me disse: Quando se entra no Blogue já não lhe conseguimos ficar indiferentes.

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  16. Miguel Borges14/07/10, 19:25

    É mais que normal o crescimento. Este Blogue nunca se deixou cair no facilitismo e esquecimento. Uma verdadeira máquina de escrever e de grandes ideias em vários sentidos. Mudou de visual, modernizou-se, tornou-se sempre mais e mais atractivo. Hoje com um ano e três meses é um caso bem sério na Blogosfera por merecimento próprio. É so continuar já ninguém o pára.

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  17. Oh it’s wonderful and charmig history.

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  18. De facto, ideias não faltam. Fico impressionada. O azeiteiro está um mimo. Nota-se o à vontade na escrita e nas rimas. Está muito profissional e a fazer lembrar os contos dos livros escolares. Um grande abraço, estás efectivamente de parabéns!

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  19. Oi cara cê é puramente divino. Não consigo deixar de visitar o teu Blogue. Qual Brasileiros Qual quê? O melhor do melhor está aqui, língua portuguesa pura e de qualidade suprema. Merece mesmo a boa classificação. Hoje diariamente visito e vale sempre a pena. Terei que visitar Peniche pois estou curiosa com tudo. Muito por culpa sua. Um grande abraço.
    Rita (Minas Gerais).

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  20. Não posso deixar de comentar esta deliciosa história. Está muito cómica e genialmente contruida. Verdadeiro arauto da alegria e da boa disposição.
    Está espectacular!

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  21. Um conto espectacular para este verão.

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  22. Não podemos ficar indiferentes a este conto, poema e Blogue.

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