segunda-feira, 29 de março de 2010

SAN PEDRO DE ALCÂNTARA

Capitulo 8
Ultimo

A carga humana cativa do San Pedro de Alcântara.
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O San Pedro de Alcântara para além da valiosa carga em metais preciosos, soldados, tripulantes e passageiros, trazia uma vintena de presos políticos índios entre homens, mulheres e crianças, ligados à rebelião de Tupac Amaru, dezassete dos quais morreria no naufrágio. Nestes presos estava Fernando Tupac Amaru, o filho mais novo do rebelde, que sobreviveu ao naufrágio e que após algum tempo de liberdade viria a entregar-se às autoridades sendo enviado para Espanha onde morreria alguns anos mais tarde.
Esta comitiva de presos políticos reveste-se de especial relevo pela ligação à maior rebelião indígena que a história colonial hispano-americana viria a registar. Em 1780, José Gabriel Tupac Amaru, que era cacique da aldeia de Tungasuca, no vale do rio Vilcanota (Sagrado para os Incas), iniciaria a mais de 3300 metros de altitude nos Andes do Perú meridional, uma rebelião que o conduziria à morte por enforcamento um ano mais tarde.
José Gabriel Tupac Amaru, descendente da dinastia Inca por linhagem da sua mãe, foi executado pelos mesmos Espanhóis que tinham dizimado, duzentos anos antes, o antigo e poderoso império Sul-Americano. O chefe rebelde seria esquartejado em público na presença do seu filho mais novo, Fernando, que escaparia com vida à tragédia da Papôa em Peniche, e que uma vez mais por persistência do destino, morreria também ele às mãos de Espanhóis.
A diferença de tratamento era de tal forma evidente que por oposição à forma solene e cuidada com que foram sepultadas as vítimas europeias do San Pedro, os índios seriam amontoados numa vala comum e enterrados ainda com as grilhetas de ferro colocadas nos membros (...).
Fonte de pesquisa: http://nautarch.tamu.edu/shiplab/

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