Capitulo 7
Antecedentes
A Árvore de Natal é um pinheiro ou abeto, enfeitado e
iluminado, especialmente nas casas particulares, na noite de Natal.
A tradição da Árvore de Natal tem raízes muito mais longínquas do que o
próprio Natal.
Os romanos enfeitavam árvores em honra de Saturno, deus da agricultura,
mais ou menos na mesma época em que hoje preparamos a Árvore de Natal. Os
egípcios traziam galhos verdes de palmeiras para dentro de suas casas no dia
mais curto do ano (que é em Dezembro), como símbolo de triunfo da vida sobre a
morte. Nas culturas célticas, os druidas tinham o costume de decorar velhos
carvalhos com maças douradas para festividades também celebradas na mesma época
do ano.
Segundo a tradição, S. Bonifácio, no século VII, pregava na Turíngia (uma
região da Alemanha) e usava o perfil triangular dos abetos com símbolo da
Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo). Assim, o carvalho, até então
considerado como símbolo divino, foi substituído pelo triangular abeto.
Na Europa Central, no século XII, penduravam-se árvores com o ápice para
baixo em resultado da mesma simbologia triangular da Santíssima Trindade.
A primeira referência a uma “Árvore de Natal” surgiu
no século XVI e foi nesta altura que ela se vulgarizou na Europa Central, há
notícias de árvores de Natal na Lituânia em 1510.
Diz-se que foi Lutero (1483-1546), autor da reforma
protestante, que após um passeio, pela floresta no Inverno, numa noite de céu
limpo e de estrelas brilhantes trouxe essa imagem à família sob a forma de
Árvore de Natal, com uma estrela brilhante no topo e decorada com velas, isto
porque segundo ele o céu devia ter estado assim no dia do nascimento do Menino Jesus.
O costume começou a enraizar-se. Na Alemanha, as
famílias, ricas e pobres, decoravam as suas árvores com frutos, doces e flores
de papel (as flores vermelhas representavam o conhecimento e as brancas
representavam a inocência). Isto permitiu que surgisse uma indústria de
decorações de Natal, em que a Turíngia se especializou.
No início do século XVII, a Grã-Bretanha começou a importar da Alemanha a
tradição da Árvore de Natal pelas mãos dos monarcas de Hannover. Contudo a
tradição só se consolidou nas Ilhas Britânicas após a publicação pela “Illustrated
London News”, de uma imagem da Rainha Vitória e Alberto com os seus filhos,
junto à Árvore de Natal no castelo de Windsor, no Natal de 1846.
Esta tradição espalhou-se por toda a Europa e chegou aos EUA aquando da
guerra da independência pelas mãos dos soldados alemães. A tradição não se
consolidou uniformemente dada a divergência de povos e culturas. Contudo, em
1856, a Casa Branca foi enfeitada com uma árvore de Natal e a tradição
mantém-se desde 1923.
Como o uso da árvore de Natal tem origem pagã, este
predomina nos países nórdicos e no mundo anglo-saxónico. Nos países católicos,
como Portugal, a tradição da árvore de Natal foi surgindo pouco a pouco ao lado
dos já tradicionais presépios.
Contudo, em Portugal, a aceitação da Árvore de Natal é
recente quando comparada com os restantes países. Assim, entre nós, o presépio
foi durante muito tempo a única decoração de Natal.
Até aos anos 50, a Árvore de Natal era mal vista nas
cidades e nos campos era pura e simplesmente ignorada. Contudo, hoje em dia, a
Árvore de Natal já faz parte da tradição natalícia portuguesa e já todos se
renderam aos Pinheiros de Natal!
Sem comentários:
Enviar um comentário