Capitulo 3
Em Portugal, a distinção popular entre consoadas e
presentes é a seguinte:
As ofertas feitas, no Natal, aos familiares e amigos
designam-se de presentes; já as restantes, efectuadas muitas vezes como forma
de agradecimento ou como demonstração de respeito e consideração, recebem o
nome de consoadas. Embora, na prática, estas palavras sejam sinónimos, só que
as consoadas referem-se apenas aos presentes oferecidos no Natal.
O termo consoada serve não só para designar o banquete
familiar da noite de Natal, mas também é utilizado para descrever a entrega de
presentes na época de natalícia (até aos Reis) como forma de demonstrar a
consideração ou o afecto que se tem por essas pessoas.
Há quem considere que a tradição da entrega de
presentes no Natal surgiu graças à lembrança da entrega de presentes ao Menino
Jesus por parte dos Reis Magos. Os presentes de Natal foram ideia do Papa Bonifácio
no século VII. No dia de Reis, ele distribuía pão entre o povo e em troca
recebia presentes.
No entanto, este costume surgiu na Roma Antiga e tem
uma origem pagã.
O costume das consoadas estabeleceu-se em Roma na mais alta antiguidade. Nesta
época enviavam-se ramos cortados num bosque consagrado à deusa Estrénia ou
Estrénua, aos magistrados, como testemunho de deferência. Posteriormente,
começaram-se a oferecer figos, passas, mel, medalhas de prata ou ouro, entre
outros. Houve uma generalização tão grande no Império da entrega de consoadas,
que todo povo ia desejar um bom ano novo ao imperador, para isso levavam-lhe
como presente dinheiro.
Também em Roma, nas saturnálias, festas de homenagem ao deus Saturno,
realizadas em meados de Dezembro, era comum as pessoas trocarem velas de cera e
estatuetas ou bonecos de terracota.
Também entre os Gauleses existia, provavelmente, o
hábito da entrega das consoadas. Estes repartiam entre si ramos de plantas no
primeiro dia do ano.
Já na Idade Média, as consoadas constituíam verdadeiras trocas, ao contrário
por exemplo de Roma, onde que m recebia as consoadas (o Imperador) não as
retribuía. Nesta época, os presentes eram dados tantos por crianças como por
adultos.
O costume de colocar presentes debaixo da árvore de Natal surgiu no reinado de Elisabeth I (filha de Henrique
VIII) na Inglaterra, no século XVI. Esta rainha organizava as festas natalícias,
recebendo muitos presentes. O número de presentes era de tal forma elevado, que
era impossível recebe-los directa e pessoalmente. Assim, adoptou-se o costume
de se deixarem esses mesmos presentes debaixo da árvore de Natal montada nos
jardins do palácio, em vez de se entregarem pessoalmente.
A entrega de presentes no dia de Natal é sobretudo
atribuída ao Pai Natal, mas também há quem a atribua ao Menino Jesus (com era o caso de Portugal há algumas década atrás),
por fim nos países em que os presentes são oferecidos no dia 6 de Janeiro, dia
de Reis (como é o caso de Espanha) considera-se que quem dá os presentes são os
Reis. Nalguns países europeus os presentes são dados no dia 6 de Dezembro,
durante a comemoração da Festa de S. Nicolau, patrono das crianças.
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