"MÁGICA MARESIA"
No início do século passado, Sagres era uma terra inóspita, sem meios de sobrevivência no sector pesqueiro.
Peniche era apontada como detentora de um bom Porto de Pesca. A sardinha era o primeiro alimento das famílias e “A fome era o prato forte do povo”. Na verdade, Peniche tinha um grande potencial: O mar!
Dizia o Almocreve: - ”A sardinha prateada vale feijão e farinha!”
Anunciava o povo: - “Na fábrica do Fialho enlatam as sardinhas e mandam para fora”.
As notícias correram e os fluxos migratórios cresceram vertiginosamente.
Estas palavras soaram ao ouvido do António, como se Peniche fora “A terra prometida”.
Fez-se ao mar, pois tinha um filho a sustentar e os que mais viessem!
A viagem foi tão longa que perdeu a noção do tempo que levou a chegar. Enfrentou o mar bravio. Chegou vivo e a navegar dentro de uma dúzia de tábuas.
O António saltou a terra e logo foi rodeado pelos curiosos da praia. Olhou em seu redor e disse para quem o quis ouvir: ”Venho do Algarve e estou a gostar desta terra para viver, vou comprar uma casa”.
“O homem veio do Algarve e vem esfomeado pela certa. Onde tem ele dinheiro para comprar uma casa?!” – Cochicharam os que notaram a pobreza que mostrava.
Volvidas duas horas, o António voltou à ribeira. Trazia consigo um papel, no qual constava a compra de uma campa no cemitério local.
António não foi afortunado. Porém, comprou a sua casinha, onde ainda hoje mora.
Raízes - M/Peniche
Peniche é, realmente, inspiração e terra de sonhos. Quantos não fizeram as suas vidas com o mar salgado de uma terra que cheira a futuro e ilusão. O sonho comanda a nossa vida e sempre que o homem sonha o mundo não pára.
ResponderEliminarGostei muito deste conto das Raízes. Está mais acessível. Não está tão pesado e por isso facilmente conseguido. Temos uma história que cai no real e que não deixa de ser cúmplice com muito das nossas vidas. Gostei muito. Peniche como pano de fundo de ilusão e sonho é de facto, um cenário que continua real, apesar de toda, esta suposta, crise. Nota-se uma aprendizagem por escrever juntamente com o Paulo. O aparecimento das crónicas pela mão do autor e mais tarde também pela mão das Raízes trouxe uma boa aprendizagem a todos. Crescer e ver os frutos é fantástico! Parabéns!
ResponderEliminarEstá muito bonito e mais acessível
ResponderEliminarGostei deste conto pois fala da coisa mais simples e inerente ao ser humano que é acreditar no futuro seguindo um sonho. O sonho de ser alguém e de conseguir sobreviver honestamente, é algo que me comove e me enaltece porque sinto exactamente o mesmo que este senhor sentiu.
ResponderEliminarPor vezes coisas simples como esta resultam bem melhor que certas coisas que se aperfeiçoam e voltam a aperfeiçoar ficando pesadas e menos naturais. Este conto resulta muito bem com uma leveza que as Raízes ainda não tinham mostrado. Prova de maturidade, prova de aprendizagem!
ResponderEliminarAs Raízes mostram agora um texto bem mais simples. Combinação perfeita pois contrasta um pouco com os seus anteriores trabalhos. Conhecendo a sua escrita como já conheço, deve ter-se sentido algo duvidosa em relação a este texto, pois parece-me perfeccionista demais. Digo-lhe; ainda bem que arriscou nesta fórmula mais simples porque mostrou assim um outro lado mais envolvente e leve. Demonstrou, assim, uma versatilidade e jovialidade que é muito importante para quem escreve. Antes parecia-me que a sua idade rondava os 60 ou 65 anos, neste texto encontramos a jovialidade dos 40 ou 45. Quadradas, só as figuras geométricas, e este texto demonstra que afinal não é nada quadrada e que a leveza também é condicionante da sua escrita.
ResponderEliminarTá lindo!
ResponderEliminarRueff
ResponderEliminarGosto muito destes contos que se baseiam em factos que são reais. Estas histórias acontecem. Todos sonhamos. Todos partimos para algo. Todos os que aqui vêm querem algo!
Gostei muito deste conto!
ResponderEliminarEste comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarEu gostei muito deste conto. Está leve, real e toca muito na história dos portugueses.
ResponderEliminarA insolvência da narrativa trava-se na utopia dos acontecimentos. Uma emotividade nostálgica e romântica do pragmatismo humano.
ResponderEliminarAlguém é capaz de me explicar o que a dona marta disse. Eu adoráva escrever assim.
ResponderEliminarA história é o de facto.
Adorei
ResponderEliminarEu não gostei do comentário do Sr. Carlos Miranda. Que me desculpem, mas as “chamadas bichas” podem perfeitamente conseguir tudo o que um homem “dito normal” consegue. Passou a ideia de que ser homossexual é ser fraco e isso irritou-me solenemente. Peça já desculpa pois ofendeu-me a mim e aos outros. Estou profundamente magoado o senhor não é sensível e tem ideias erradas acerca de nós. As Raízes de certeza que ficaram chateadas com o seu comentário. O conto está lindo e é muito bom porque fomenta todo o tipo de discussão até de bichices. Quem diria?
ResponderEliminarGostei mais deste tipo de conto mais directo e mais acessível. Vê-se que aprendeu com as crónicas. Estar a escrever lado a lado com o Paulo trouxe aprendizagem para si e para ele. Os trabalhos vão cada vez mais ao encontro das pessoas e do bom gosto.
O´pá calem-se lá com os comentários tão estúpidos. Se quiserem podem me excluir. Mas até metem nojo. Parem de manchar tão bons trabalhos. Por isso é que os autores se vêem forçados a bloquear comentários e os Blogues perdem a piada e consequentemente leitores. As bichas e os bichos calem-se e não se piquem!
ResponderEliminarQuanto ao conto, eu prefiro os outros e difícil será bater o Regresso. Penso que em termos de qualidade é bom mas as Raízes já fizeram melhor. Por amor de Deus abram os olhos!
Muito bom!
ResponderEliminarAdorei este conto que diz muito da história de Peniche.
ResponderEliminarMeus caros este conto está simplesmente soberbo!
ResponderEliminarAs Raízes demonstram uma sabedoria, histórica, neste conto. Está divino!
ResponderEliminarGostei.
ResponderEliminarTá lindo!
ResponderEliminarGOSTEI.
ResponderEliminarTá tão lindo!
ResponderEliminarAdorei.
ResponderEliminarLindo!
ResponderEliminarEu não quis fazer qualquer juízo de valor no meu comentário. Peço desculpa. Quis apenas demonstrar que eu sou fraco perante homens mais fortes e que nunca soube dar-lhes valor.
ResponderEliminarJamais pensei ferir susceptibilidades.
É importante conseguir escrever desta maneira. É muito bom transmitir o que transmite. Este conto está magnifico e é um excelente trabalho histórico-cultural que atravessa as nossas gerações.
ResponderEliminarMuito bom.
ResponderEliminarMuito bom.
ResponderEliminarMuito bom.
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