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O Velho Moinho
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O velho moinho que moía o pão que a avó amassava, cozia e, mais tarde, eu comia, foi um dos encantos da minha meninice. Era um caminho estreito, empoeirado e de canteiros de alfazema ladeado que dava entrada ao moinho de parede branquinha com porta pequena e a janela estreitinha.
Certo dia, em frente a ele, eu pensava! Coitadinho, com todo aquele peso das velas em cima do pequeno corpo de moinho... Imaginava as dores que ele passava.
Sempre que precisava, esperava a vinda do vento para iniciar o seu labor. Se este não vinha, ele chamava-o!
- Amigo vento vem ajudar-me!
-Tenho os ossos a doer e não posso as velas girar!
-E os meninos, vão ficar sem comer?
E o moinho chorava! Chorava...
Tanto que o vento chamou, que a chuva ouviu!
-Então moinho? O amigo vento não vem? Já o chamas há muito tempo!
-Vai-te embora chuva, não tens postura, e afugentas o vento!
A chuva começou a chorar com muita força! E retorquiu:
- Eu também sou tua amiga! E até que o vento não surja, rego a alfazema que te perfuma! E lavo-te as
velas que o vento suja!
O velho moinho reflectiu. E pediu desculpa à chuva pelo seu egoísmo.
-Sabes chuva, tudo se quer no seu tempo. Os meninos precisam do pão. E eu preciso de vento!
Por fim, o vento chegou e o seu amigo ajudou.
Hoje o meu moinho está parado. De tanto moer morreu cansado.
O moinho que hoje mói meu pão, não sente amor, nem chama o vento. É uma máquina morta de sentimento. A chuva e o vento entristecidos choram pelo meu moinho de saudade.
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Raízes M/Peniche
Sentir o tempo. Sentir as horas. Sentir que vivo. Senti tudo com este conto. É uma maravilha.
ResponderEliminarSim senhor que bela maneira de começar o Ano. Que grande conto. Continuamos com o alto nível de qualidade. Chorei no final porque sinto muita saudade destes moinhos que fazem parte da minha infância. Como gostaria de lá voltar. A nostalgia invadiu-me e apaixonou-me. De resto, já vi que tal como as outras coisas, os contos deste Blogue são puramente divinos. Que tal um livro com eles?
ResponderEliminarCónego Rego
ResponderEliminarCom o passar dos anos, vamos aprendendo a dar valor às pequenas coisas que até então pareciam passar despercebidas. Neste sentimento de saudade é que nos apercebemos que, naquela determinada época éramos munidos de felicidade e despreocupação. Todo o tempo do mundo estava à nossa frente, projectando sonhos e ilusões. Éramos detentores da inocência de acreditar numa felicidade futura. As brincadeiras de Sábado à tarde, vivendo ilusões e felicidade, deixaram marcas de saudade de um tempo que não volta mais. Uma coisa é certa, quem vê as coisas desta maneira, foi, de certo, feliz. Neste conto essa felicidade é-nos transmitida e o sentido de construção de uma infância unicamente vivida e sentida está bem patente aqui. Raízes, quem quer que tu sejas, és muito grande, assim como quem faz este blogue. Isto tudo é transporte de real beleza em que Cristo introduziu nos nossos corações o maior bem que o homem pode ter: O amor pela natureza, pelos elementos que foram criados por ele e o grande amor por tudo o que nos faculta. Nas mãos de uma criança, até uma simples flor vinagreira, é motivo de felicidade.
Um sonho muito bonito e de apelo ao nosso imaginário.
ResponderEliminarC'est une histoire belle et charmante
ResponderEliminarMinhas grandes Raízes! Isto está um primor! Estou apaixonada por mais este conto fabuloso!
ResponderEliminarSó sei que o teu passado se encontrou com o meu. O teu sentir com o meu! O teu coração com o meu! Senti que brincámos juntos! Que sonhámos juntos! Que fomos felizes juntos! O teu conto é um sonho! Gostei demais.
ResponderEliminarAté os moinhos falam. Tá benite.
ResponderEliminarPoxa que conto magnifico.
ResponderEliminarÉ um conto que nos mostra uma emoção e nos faz sentir saudade.
ResponderEliminarSentir um profundo amor e as lágrimas a rolarem pelo rosto. Isto foi o que me aconteceu ao ler este lindo conto.
ResponderEliminarCaminho de saudade. Caminho de belas narrativas. Caminho cultural que nos prende com saudade e nos envolve em pura nostalgia do passado. Por favor não me façam chorar mais. Já não é a primeira vez, neste Blogue. Gosto muito de ler e isto está lindíssimo.
ResponderEliminarÉ um conto que nos mostra uma emoção e nos faz sentir saudade.
ResponderEliminarMais um ícone neste Blogue. Está soberbo. Escreve mas é mais coisas.
ResponderEliminarEstá lindo. Achei muito bonito o namoro do moinho com o vento. Muita imaginação e inteligência.
ResponderEliminarEstá lindo!!!
ResponderEliminarAdorei este conto. Parece um daqueles contos infantis da escola primária.
ResponderEliminarÉ sublime ler algo assim. Fiquei maravilhada com este magnífico imaginário. Este diálogo moinho/chuva/vento.
ResponderEliminarOra aqui temos um sopro de saudade. Muitas das coisas da nossa infância povoam o nosso imaginário cobrindo-nos de saudade. Este conto tem a particularidade de nos transportar ao nosso lado infantil e humano que está muito bem guardado no coração das crianças. Pobres somos nós, ao verificarmos o quanto de nós se foi perdendo no tempo… Em breve seremos nós os moinhos a sofrerem transformações e a desaparecerem, deixando também, saudade a quem cá fica e que goste de nós. Está belíssimo! Obrigado Raízes.
ResponderEliminarEste conto é um sonho perfeito.
ResponderEliminarPerfeito porque está muito bem narrado.
Perfeito porque está com um bom Português.
Perfeito porque está bem dialogado.
Perfeito porque tem uma bela história.
Perfeito porque transmite a felicidade que viveu na sua infância.
A beleza da escrita é um dom de Deus. Tu tens esse dom, tal como o Paulo que nos seduz sempre com a sua escrita. Este conto está divino e parece feito por um profissional.
ResponderEliminarNão fugi à regra pois também chorei.
Um conto muito belo!
ResponderEliminarUma história impressionantemente bonita.
ResponderEliminarESTÁ MUITO BONITO.
ResponderEliminarMuito bonito.
ResponderEliminarGostei mesmo muito.
ResponderEliminarMuito bonito. Está demais.
ResponderEliminarAdorei!
ResponderEliminarCom o passar dos anos, vamos aprendendo a dar valor às pequenas coisas que até então pareciam passar despercebidas. Neste sentimento de saudade é que nos apercebemos que, naquela determinada época éramos munidos de felicidade e despreocupação. Todo o tempo do mundo estava à nossa frente, projectando sonhos e ilusões. Éramos detentores da inocência de acreditar numa felicidade futura. As brincadeiras de Sábado à tarde, vivendo ilusões e felicidade, deixaram marcas de saudade de um tempo que não volta mais. Uma coisa é certa, quem vê as coisas desta maneira, foi, de certo, feliz. Neste conto essa felicidade é-nos transmitida e o sentido de construção de uma infância unicamente vivida e sentida está bem patente aqui. Raízes, quem quer que tu sejas, és muito grande, assim como quem faz este blogue. Isto tudo é transporte de real beleza em que Cristo introduziu nos nossos corações o maior bem que o homem pode ter: O amor pela natureza, pelos elementos que foram criados por ele e o grande amor por tudo o que nos faculta. Nas mãos de uma criança, até uma simples flor vinagreira, é motivo de felicidade.
ResponderEliminarEstá Bonito!
ResponderEliminarUm conto fenomenal.
ResponderEliminarQue grande conto!
ResponderEliminarIsto é que é imaginação.
ResponderEliminarFinalmente consigo ter acesso.
ResponderEliminarO conto é lindo.
Adorei ler isto.
ResponderEliminarFaz lembrar a shopia de Melo Bryner. Lindo!!!
ResponderEliminarUm conto com grandiosidade suprema. Grande qualidade.
ResponderEliminarMuito bom.
ResponderEliminarEstá brilhante.
ResponderEliminarGostei muito deste conto.
ResponderEliminarMuito bonito.
ResponderEliminarLindo conto.
ResponderEliminarQue beleza de conto.
ResponderEliminarAdorei.
ResponderEliminarGrande e belissimo conto.
ResponderEliminarEstá lindo.
ResponderEliminarBelissimo.
ResponderEliminarAdorei este magnifico conto.
ResponderEliminarEstá lindo. Achei muito bonito o namoro do moinho com o vento. Muita imaginação e inteligência.
ResponderEliminarEstá lindo!!!
ResponderEliminarÉ sublime ler algo assim. Fiquei maravilhada com este magnífico imaginário. Este diálogo moinho/chuva/vento.
ResponderEliminarContar histórias não é para qualquer um. Sentir os contos desta maneira é especial. Os contos deste blogue são espectaculares.
ResponderEliminarEstá lindo!
ResponderEliminarConseguir passar por uma prova deste tipo e ter coragem para escrever assim sendo depois publicado é obra. É um conto muito bonito e apela ao nosso imaginário. Senti saudades da minha infância.
ResponderEliminarUm conto belíssimo.
ResponderEliminarA beleza deste conto é bem real e a dinâmica da história leva-nos a pensar nas histórias infantis dos nossos tempos de escola. É um conto muito belo e que nos faz sonhar e até sentir as emoções dos tempos de que todos temos muita saudade.
ResponderEliminarUm conto que nos faz sonhar.
ResponderEliminarSenti-me criança e acreditei no sonho!
ResponderEliminarUm conto magnífico a fazer lembrar os nossos tempos de escola.
ResponderEliminarDe facto é triste verificar que os moinhos estão mortos. Que saudades daquilo que em nós vai morrendo.
ResponderEliminarEste conto foi mais uma pérola aqui deixada.
ResponderEliminarÉ um conto fantástico e com muita imaginação destas Raízes que escrevem muito bem.
ResponderEliminarEstá de parabéns por ter criado algo tão belo e muito bonito.
Fez-me lembrar aqueles contos da Sofia de Mello Bryner que líamos nos manuais escolares.
Voltei atrás no tempo. Este tempo que nos faz sentir tanta saudade de outrora. Quando víamos estes moinhos lindíssimos da nossa infância, hoje tudo parece morrer, infelizmente para nós, que sentimos a nostalgia de quem viveu estes momentos e por isso mesmo nos vêem as lágrimas aos olhos ao passarmos por semelhante texto. Texto tão belo, tão expressivo e tão emotivo. Alerta para o homem que tudo quer mudar. ADOREI!!!
ResponderEliminarCaramba está mesmo lindo!
ResponderEliminarLindo, belo, único! Adorei!
ResponderEliminarQue dizer perante uma coisa tão bela?
ResponderEliminarEsta é uma mensagem de evangelização humana. O homem tem o dever de saber preservar. Este alerta é muito positivo no sentido da chamada de atenção ao que se passa com as coisas que nos ligam à nossa história e património. Olhe “Raízes” só lhe digo isto, bom gosto o seu e o do autor do blogue, ao publicar este conto, porque está divinal!
ResponderEliminarEstá um conto deslumbrante.
ResponderEliminarAdorei, está demais.
ResponderEliminarEu fiquei apaixonada e tenho copiado todos estes contos que eu acho de tão bom gosto.
ResponderEliminarO melhor do melhor está no Blogue. PARABÉNS! Os sentimentos afluem a mim com os momentos de leitura deste site maravilhoso.
Melhor é impossível. Está uma autêntica semana Raízes. Este conto está tão bonito.
ResponderEliminarLindo conto. Senti uma saudade.
ResponderEliminarPoxa Raízes cê arrasou!
ResponderEliminarShow de bola! Fantástico! Lindo!
Muito legal!!!
Imaginário de beleza. Sonho de infância.
ResponderEliminarUm conto cheio de inteligência e primazia.
ResponderEliminarIsto está bonito demais. Grande conto!
ResponderEliminarUm conto estonteantemente belo! Vida da natureza e de infância. Momentos únicos. Momentos de filme animado. Momentos em paralelo com Sophia de Melo Bryner.
ResponderEliminarGostei sem fim! Já li e reli!
Ai que história tão linda!
ResponderEliminarSem dúvida um grandioso trabalho.
ResponderEliminarGrandes Raízes
Grande prova dada de escrita. Quer em poesia quer em conto.
ResponderEliminarEstá muito bonito.
Já nem sei o que dizer. Está lindíssimo.
ResponderEliminarEstas “Raízes” são uma peça muito importante neste Blogue. Este conto revela uma vertente de autor de textos infantis, reveladora de grande qualidade. Senti uma emoção e saudosismo destes tempos em que existiam estes moinhos. É uma maravilha muito bem escrita e com uma história imaginária muito inteligente. Nota-se um importante crescimento na qualidade de todas as obras aqui apresentadas. É muito bom ver que um Blogue tem capacidade de desenvolver, em todas as vertentes, a qualidade e o crescimento. Uma autêntica escola.
ResponderEliminarlindo
ResponderEliminarFantástico conto.
ResponderEliminarFabuloso
ResponderEliminarUm conto mesmo bonito.
ResponderEliminarMais um grande momento de leitura. Valeu a pena esperar.
ResponderEliminarGrande momento de leitura. Gostei muito deste conto.
ResponderEliminarEstá muito bonito e bem escrito.
ResponderEliminarEstá mesmo bonito!
ResponderEliminarNunca comentei, embora ande por aqui desde Maio. Finalmente consegui.
ResponderEliminarGosto muito dos contos e do blogue que está muito bem feito.
Este Moinho fez-me chorar. Descobri que sou um chorão!
ResponderEliminarBeleza artística.
ResponderEliminarEstá muito bonito!
ResponderEliminarAi eu Adorei! Adorei! Adorei! Todo eu vibrei!
ResponderEliminarMuito bonito este conto!
ResponderEliminarJá repararam neste conto? Está magnífico. Inteligente. Brilhante. Belo! Tudo!
ResponderEliminarSeria bom fazer um teatro infantil a partir deste conto.
ResponderEliminarTipo Alice no país das maravilhas. Um livre de contos com todos os contos do blogue seria o máximo.
Vou comentar pouco. Pois já o fiz algumas cinco vezes e não vejo o meu comentário. Esta é uma bela forma de viajar á nossa infância. Está muitissimo bonito. Outra coisa não seria de esperar.
ResponderEliminarVou comentar pouco. Pois já o fiz algumas cinco vezes e não vejo o meu comentário. Esta é uma bela forma de viajar à nossa infância. Está muitissimo bonito. Outra coisa não seria de esperar.
ResponderEliminarAté se pode imprimir e encadernar.
ResponderEliminarFazendo cópias e espalhando nas livrarias.
Gostei.
ResponderEliminarMinhas grandes Raízes! Isto está um primor! Estou apaixonada por mais este conto fabuloso!
ResponderEliminarUma magia muito especial é o que se sente ao ler uma obra destas. Cada vez mais me deslumbro com o empenho na escrita deste blogue. Este conto revela tudo. Amor, sentimento, saudade e imaginário a fazer lembrar a nossa querida Sophia de Melo Bryner. Grande momento é mais um épico neste espaço, que contém muita fartura de qualidade. Vale mesmo a pena passar por aqui pois não é em vão.
ResponderEliminarEu gostei muito da forma como o conto está. Já era de esperar. Raízes escrevem bem!
ResponderEliminarRaizes são umas epertas. atão nunca mais veio o uindo?
ResponderEliminarMuito bonito!
ResponderEliminarMuito bonito.
ResponderEliminarQue beleza de conto.
ResponderEliminarUm conto que me disse muito.
ResponderEliminarAdorei este conto.
ResponderEliminarLindo conto. muito bom.
ResponderEliminarGostei mito deste conto.
ResponderEliminarUm lindo conto.
ResponderEliminarUma imagem muito interessante deste moinho que pode ser algo que imaginemos.
ResponderEliminarQue saudades destes moinhos. Que conto tão bonito. belo e emocionante.
ResponderEliminarUm grande conto. Muito belo e imaginário.
ResponderEliminarSim senhor gostei muito.
ResponderEliminarPensei que fosse melhor.
ResponderEliminarTenho-me surpreendido com tudo. Até com comentários maliciosos. Eu teria dito que esperava melhor se tivesse consciencia de que conseguiria fazer melhor. Senhor/a anónimo/a faça lá um exame de consciencia acerca do que o perturba. Quer melhor? Olhe com tantos contos tão bons não sei onde vai encontrar! Porque não fazer um?
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