"Mágica Maresia"
*
Despontava o sol no jardim da Primavera. A natureza acordava, e com ela: árvores; plantas, flores, e até as ervas daninhas. Assim como toda a bicharada, que por ali reinava!
Surge a cigarra ainda meia ensonada:
- Que lindo dia está hoje! Vou começar já a cantar! Não vá o tempo mudar! E eu ter de me calar! – Disse a Cigarra – E começou a cantar!
Entretanto a roseira branca espreguiçava-se para cima de um arvoredo onde estava recostada. Sorvia todo o orvalho pela noite criado que alimentava o seu viço. Suas filhas eram tão aveludadas, que respirava felicidade.
A Cigarra, que o olhar não desviava da roseira...Decidiu meter conversa, com a rosa, com que mais simpatizava
-Bom dia Dona Rosa – Disse a cigarra
-Oh Cigarra, não te cansa, estares todo o dia com essa sinfonia?
-- Pergunta a Rosa com ironia.
-Não! Se estiver a cantar para alguém que tão bem cheira, até me dá alegria – Respondeu a Cigarra.
-Não te cansa cantar! Mas eu já me cansei de te ouvir! Prefiro escutar o musicado das aves a chilrearem – Disse a Rosa
A Cigarra ficou admirada da Rosa não a cumprimentar. E mais uma vez insistiu:
-Bom dia Dona Rosa. Já lhe disseram, o quanto é formosa? - Disse a cigarra com ar de galanteio.
- Eu sei que sou muito formosa! Não preciso de elogios de uma Cigarra barulhenta e preguiçosa. - Responde a Rosa muito altiva
A Cigarra ficou triste com a resposta!
- Eu queria a Dona Rosa saudar! Por ser uma Cigarra de educação primorosa. Se sou preguiçosa foi porque Deus quando fez a natureza quis que eu fosse Cigarra e cantadeira. E se não paro de cantar, é para a ver feliz! Disse a cigarra, com a voz trémula.
A Rosa muito agastada com as queixas da mãe roseira. Acusa a cigarra das suas raízes lhe roer.
Esta ficou atrapalhada sem saber o que responder. Perante tal acusação, teria de se defender.
-Mas...Dona Rosa tão vistosa desculpe eu lhe dizer: - Disse a cigarra – Apenas roí, a árvore onde a sua mãezinha está encostada! E se lhe roí o pezinho!? Desculpe-me... Jamais o faria por querer! - Disse a Cigarra muito pesarosa.
-Vai-te embora Cigarra, com a tua chiadeira. Passo muito bem sem ti! Sem mim, ninguém passa! Sou rainha do jardim! Sou bela em mesa nobre e até no parapeito da janela. Sou linda de qualquer maneira! Ao contrário de ti, que és feia e grosseira! - Disse a Rosa com crueldade.
A Cigarra ficou de lágrima no olho e triste com a ilusão que criou no seu coração. Ser amiga daquela rosa!
Ia dar-lhe uma lição!
- A Dona flor branca poderá me responder!? Desde quando, é que é uma rosa? Eu, apenas branco estou a ver! As rosas são vermelhas, e não, de cor leitosa! Para uma rosa ser, nem é, coradinha sequer!
-Ou então é a filha mais nova, de uma roseira cansada, que perdeu a cor, por muitos filhos ter! - Disse a Cigarra.
A Rosa começou a chorar...a chorar, até se cansar! Magoada por ver que tinha perdido a beleza, ao ferir a Cigarra que apenas, sua amiga queria ser.
-Perdoa-me Cigarra. Fui feia e invejosa, mas não voltarei a ser...!
Tu tens asas, e cantas porque és feliz. Eu estou presa, não tenho liberdade, nem para amigos ter. Sou apenas uma rosa!
Raízes M/Peniche
Surge a cigarra ainda meia ensonada:
- Que lindo dia está hoje! Vou começar já a cantar! Não vá o tempo mudar! E eu ter de me calar! – Disse a Cigarra – E começou a cantar!
Entretanto a roseira branca espreguiçava-se para cima de um arvoredo onde estava recostada. Sorvia todo o orvalho pela noite criado que alimentava o seu viço. Suas filhas eram tão aveludadas, que respirava felicidade.
A Cigarra, que o olhar não desviava da roseira...Decidiu meter conversa, com a rosa, com que mais simpatizava
-Bom dia Dona Rosa – Disse a cigarra
-Oh Cigarra, não te cansa, estares todo o dia com essa sinfonia?
-- Pergunta a Rosa com ironia.
-Não! Se estiver a cantar para alguém que tão bem cheira, até me dá alegria – Respondeu a Cigarra.
-Não te cansa cantar! Mas eu já me cansei de te ouvir! Prefiro escutar o musicado das aves a chilrearem – Disse a Rosa
A Cigarra ficou admirada da Rosa não a cumprimentar. E mais uma vez insistiu:
-Bom dia Dona Rosa. Já lhe disseram, o quanto é formosa? - Disse a cigarra com ar de galanteio.
- Eu sei que sou muito formosa! Não preciso de elogios de uma Cigarra barulhenta e preguiçosa. - Responde a Rosa muito altiva
A Cigarra ficou triste com a resposta!
- Eu queria a Dona Rosa saudar! Por ser uma Cigarra de educação primorosa. Se sou preguiçosa foi porque Deus quando fez a natureza quis que eu fosse Cigarra e cantadeira. E se não paro de cantar, é para a ver feliz! Disse a cigarra, com a voz trémula.
A Rosa muito agastada com as queixas da mãe roseira. Acusa a cigarra das suas raízes lhe roer.
Esta ficou atrapalhada sem saber o que responder. Perante tal acusação, teria de se defender.
-Mas...Dona Rosa tão vistosa desculpe eu lhe dizer: - Disse a cigarra – Apenas roí, a árvore onde a sua mãezinha está encostada! E se lhe roí o pezinho!? Desculpe-me... Jamais o faria por querer! - Disse a Cigarra muito pesarosa.
-Vai-te embora Cigarra, com a tua chiadeira. Passo muito bem sem ti! Sem mim, ninguém passa! Sou rainha do jardim! Sou bela em mesa nobre e até no parapeito da janela. Sou linda de qualquer maneira! Ao contrário de ti, que és feia e grosseira! - Disse a Rosa com crueldade.
A Cigarra ficou de lágrima no olho e triste com a ilusão que criou no seu coração. Ser amiga daquela rosa!
Ia dar-lhe uma lição!
- A Dona flor branca poderá me responder!? Desde quando, é que é uma rosa? Eu, apenas branco estou a ver! As rosas são vermelhas, e não, de cor leitosa! Para uma rosa ser, nem é, coradinha sequer!
-Ou então é a filha mais nova, de uma roseira cansada, que perdeu a cor, por muitos filhos ter! - Disse a Cigarra.
A Rosa começou a chorar...a chorar, até se cansar! Magoada por ver que tinha perdido a beleza, ao ferir a Cigarra que apenas, sua amiga queria ser.
-Perdoa-me Cigarra. Fui feia e invejosa, mas não voltarei a ser...!
Tu tens asas, e cantas porque és feliz. Eu estou presa, não tenho liberdade, nem para amigos ter. Sou apenas uma rosa!
Raízes M/Peniche
A Mágica maresia com mais uma belissima lição de vida. Muito bonito. Muito bem contado.
ResponderEliminarO bem escrever. O bem criar. O bem amar o que se faz traduz-se nestas obras de qualidade aprumada. Dá gosto passear por mãos, abençoadas, que por aqui escrevem. Graças por tudo o que se nos apresenta.
ResponderEliminarEste conto primaveril faz-nos sonhar com a sua espectacularidade e pormenor. Ao passearmos pela história, encontramos muita criatividade e o gosto pela escrita. O aprumo está bem visível, aliás como é apanágio do que por aqui se passa e escreve. Continue! Está soberbo!
ResponderEliminarÉ simplesmente um dos mais belos contos que eu já li.
ResponderEliminarQuando a singeleza se alia ao aprumo verifica-se algo assim. Puro e mágico que roça constantemente o nosso imaginário infantil povoado de coisas assim. Está lindíssimo. Muito bem escrito. Muito bem construído. Uma verdadeira pérola de beleza e magia.
ResponderEliminarEu entrei neste Blogue pelas mãos do Monsenhor Bastos através de uma busca que fiz. Caí aqui e ainda bem que caí. Que Blogue mais lindo! Que textos e histórias fabulosas. Que qualidade gráfica! Que forte mensagem nele contida. Que contos magníficos! Cada um melhor que o outro. PARABÉNS! Muito bom gosto! Muita sabedoria!
ResponderEliminarJá me parecia que as Raízes tinham desaparecido tal com aconteceu com a dona Lucília. Ainda bem que tal não aconteceu, as Raizes, a meu ver, devem continuar pois complementam-se com o Paulo. Não sei se são a mesma pessoa mas acho que as denominações se devem manter. A qualidade dos dois não se discute, enquanto a anterior escritora ou denominação, tinha uma componente completamente diferente e de características bairristas. Fico contente por degustar um conto que tem muito de Primavera e imaginário infantil. Que pura beleza! Que sabedoria! Que bem escrito! Está lindo! Lindo! Lindo! Aliás se me permite é nos infantis que as Raizes se mostram no seu máximo. Se calhar uma capacidade da qual nem se tinha apercebido. Daria uma excelente contadora de histórias infantis! Um grande bravo. Além de toda a beleza, tem uma mensagem importantíssima; o amor e a necessária humildade em troca da arrogância. Tem uma componente muito pedagógica para a vida. Faça mais pois à medida que cresce o copo enche de qualidade.
ResponderEliminarUm conto lindíssimo.
ResponderEliminarNos mais variados momentos da vida vivênciamos situações desta natureza. A arrogancia e a maldade aliada à vaidade destroiem o ser humano. Este conto foi muito bem pensado e está muito bem conseguido. Uma verdadeira lição de vida.
ResponderEliminarEu não percebo porque motivo falam tanto da ausência da dona Lucília. O Blogue está preenchidissimo. Outras denominações foram usadas e nunca mais apareceram, estou a lembrar-me, por exemplo, da Conchita e olhem que era muito do meu agrado e tinha muita qualidade. Ninguém fala dela. Não deixa de ser estranho. Adiante!
ResponderEliminarEste conto está divinal! Puramente divinal e muito bem construido. Uma história que me comoveu pois fez-me lembrar a infância. Para quê melhor? Melhor é impossivel. O autor e Raizes superam tudo. PARABÉNS ESTÁ FANTÁSTICO.
Adorei!
ResponderEliminarExtraordinário conto!
ResponderEliminarEstá muito bonito!
ResponderEliminarLindo
ResponderEliminarto farta de escrever
ResponderEliminarEste conto primaveril faz-nos sonhar com a sua espectacularidade e pormenor. Ao passearmos pela história, encontramos muita criatividade e o gosto pela escrita. O aprumo está bem visível, aliás como é apanágio do que por aqui se passa e escreve. Continue! Está soberbo!
ResponderEliminarUm mergulho na qualidade.
ResponderEliminarEstive em França e não vi, recentemente, o Peniche Livre. Está tudo mudado. Grande evolução! Este Blogue não pára. Está lindo!
ResponderEliminarO conto é puramente belíssimo e que sirva de lição a muita gente que só tem é vaidade e não consegue fazer mais nada senão passar o tempo a dizer mal de tudo e de todos. Raizes trouxeram-nos uma história que dá muito que pensar e tem tudo dos dias de hoje. Cultiva-se a beleza mas a mais importante é a interior.
O amor e a simplicidade na humildade estão neste magnifico conto com esta grande vertente pedagógica. Um belo trabalho a merecer nota máxima!
ResponderEliminarAs Raízes voltam a atacar! Aí está um soberbo trabalho que dá gosto ler. Aprumo e sabedoria num só!
ResponderEliminarUm momento Primaveril e lindíssimo.
ResponderEliminarTá muito giro.
ResponderEliminarEu tenho escrito muitas coisas. Gostáva de escrever para este Blogue. Já passeei por ele e sei que vários escreveram. O que tenho que fazer para publicar algo meu aqui? Gostaria que me respondessem. Eu tenho contos assim.
ResponderEliminarAcho muito bem promover a prata da casa. Este conto está lindo. Adorei.
ResponderEliminarNem tudo o que reluz é oiro às vezes é ingrato. Nós temos tanto trabalho a fazer estas coisas e depois ficamos pelo caminho porque ás vezes os comentários são injustos. É triste. Eu já publiquei num Blogue e inicialmente gostaram, depois choveram criticas até que o autor me colocou literalmente fora. Hoje tenho um Blogue mas não consigo o êxito que este conseguiu. É injusto pois fiquei marcada. Este conto está muito bonito e faz muito o meu género de contos.
ResponderEliminarNem tudo o que reluz é oiro às vezes é ingrato. Nós temos tanto trabalho a fazer estas coisas e depois ficamos pelo caminho porque ás vezes os comentários são injustos. É triste. Eu já publiquei num Blogue e inicialmente gostaram, depois choveram criticas até que o autor me colocou literalmente fora. Hoje tenho um Blogue mas não consigo o êxito que este conseguiu. É injusto pois fiquei marcada. Este conto está muito bonito e faz muito o meu género de contos.
ResponderEliminarA beleza e a narrativa estão perfeitas. Grande momento que enaltece e contribui para o sucesso tão bem conseguido.
ResponderEliminarGrande e enaltecedor
ResponderEliminarLindo!
ResponderEliminarEu detesto quando à volta de uma coisa tão boa se gera uma discussão de ciumeira barata. Já repararam que quando as Raizes aparecem, e principalmente quando aparecem, existe uma ciumeira danada. Porque será? Seria bom que o autor e as próprias se debruçassem a sério nisto. Por vezes é fácil verificar o motivo e a origem. O que está bom está bom e o resto é conversa! É de louvar textos como estes e a meu ver quem está, está e quem fica, fica! Tudo tem uma grande qualidade, e mais não é preciso. Quem saiu devia ter fechado bem a porta!
ResponderEliminarEstá magnifico.
ResponderEliminarGrande e belo conto.
ResponderEliminarOlhem eu cá gostei e muito. Isto é muito parecido com um conto que demos na primária.
ResponderEliminarLindo.
ResponderEliminarEu, Lucília Gaspar,estou indignada com os comentários,a meu respeito.Não sou escritora, nem poetiza, mas gosto de escrever rimas.Dá-me gozo escrever e ler para pessoas doentes carênciadas e idosas. Dedico-lhes a homenagem com amor,alegria e humildade.Tambem não sou sábia, nem culta, mas transmito felicidade a quem não a tem. Quem me conhece valoriza-me, pelo que sou e faço.Não valorizo mordomias, vaidade e superioridade, mas, respeito. Gostava de conhecer quem tem tamanha indelicadeza, para com a minha pessoa, ao ponto de denegrir a minha imagem. Por favor!Sejam coerentes e mais humildades. Deus Nosso Senhor agradece.
ResponderEliminarFalando sobre o trabalho, que a minha amiga escreveu: Ela é um primor, em tudo o que escreve. Merece felicidadces, assim como o Paulo, a quem agradeço, por ter me convidado.
Lindo conto.
ResponderEliminarLindo
ResponderEliminarFabuloso conto.
ResponderEliminarLindo conto.
ResponderEliminarMuito boa literatura.
ResponderEliminarGraças à Dona Lucilia ficámos a saber que as Raizes são uma pessoa do sexo femenino.
ResponderEliminarObrigado!